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| - No mesmo dia em que Luís Filipe Vieira foi ouvido na comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco, por ser um dos principais devedores daquela instituição, começou a circular no Twitter uma fotografia sua em que se destacava um detalhe: o relógio que Vieira trazia ao pulso e, sobretudo, o valor daquela peça.
“Relógio: 116.657€”, legendava simplesmente o autor do tweet. Nos comentários, multiplicavam-se as referências às declarações de Vieira perante os deputados: os dois milhões de euros que lhe terão sido devolvidos pelo Fisco, segundo o próprio; as dívidas que “não eram” suas e que foram compradas por sócios do presidente do Benfica; as perdas assumidas pelo Novo Banco, etc.
Relógio: 116.657€ pic.twitter.com/aWNHVvKLIu
— Doutor X (@pedrocr75444218) May 10, 2021
O objetivo era claro: sugerir que, ao mesmo tempo que prestava aquelas esclarecimentos — sendo um dos maiores devedores do Novo Banco, com perdas registadas pela instituição no valor de 181 milhões de euros —, Vieira revelava claros sinais exteriores de riqueza.
A verificação deste ponto divide-se em duas partes.
Primeiro, é importante referir que a fotografia publicada e partilhada nas redes sociais é verdadeira: portanto, aquela é uma peça pertencente a Luís Filipe Vieira e, sim, o valor de mercado ascende a, pelo menos, 100 mil euros. Trata-se de um Patek Phillipe, modelo Nautilus, rose gold.
Segundo, que aquela fotografia não foi captada no dia 10 de maio, quando Luís Filipe Vieira foi ouvido pelos deputados, enquanto responsável do grupo Promovalor. A imagem em causa é de 8 de junho de 2020, dia em que Vieira participou numa assembleia geral extraordinária da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, no Porto.
Conclusão
A fotografia é verídica, mas não foi captada no dia em que Luís Filipe Vieira esteve a prestar depoimento perante os deputados da comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ENGANADOR
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
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