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| - No discurso que proferiu no primeiro dia da convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL), realizado em Lisboa nos dias 25 e 26 de maio, João Cotrim de Figueiredo, líder do partido Iniciativa Liberal, apontou para uma “série de nós” em Portugal que, na sua perspetiva, têm de ser “desatados”, nomeadamente ao nível económico e laboral.
Foi nesse sentido que afirmou: “A produtividade em Portugal é hoje mais baixa em relação à média da União Europeia do que era há 25 anos. Este dado devia chocar-nos a todos e especialmente a quem governa”.
E prosseguiu especificando que “25 anos volvidos temos uma produtividade inferior, em termos percentuais, à média da União Europeia do que era na altura”, o que entende corresponder a um “atestado de fracasso“.
Confirma-se que a produtividade é hoje mais baixa em relação à média da União Europeia do que há 25 anos?
De acordo com os dados compilados na Pordata, a produtividade do trabalho por hora trabalhada aumentou consideravelmente em Portugal no último quarto de século. A produtividade real do trabalhador por hora, que era de 1o,6 euros em 1995, saltou para 22,8 euros (valor provisório) em 2019. Mais do que duplicou.
Importa aqui salientar que relativamente a 2020 ainda só estão disponíveis valores estimados.
No entanto, apesar do aumento, não conseguiu acompanhar o ritmo de aumento da média da União Europeia, a qual saltou de 20,5 euros em 1995 para 41,1 euros em 2019.
A produtividade em Portugal aumentou no último quarto de século, mas em relação à média da União Europeia acabou por ficar mais distante, passando de 68,6% em 1995 para 65,3% em 2019.
“Entre 1995 e 2019, segundo o Eurostat, a produtividade por hora de trabalho aumentou muito significativamente. Mas a posição de Portugal face à média europeia piorou de 68,5 para 66,2 em 100 (o valor médio dos 27 países). Significa que as melhorias portuguesas na produtividade do trabalho (e na estrutura económica, que afecta a produtividade) foram inferiores às de outros países que em 1995 estavam abaixo de Portugal“, destacou recentemente a Pordata, baseando-se nestes mesmos dados.
Em suma, classificamos a afirmação de Cotrim de Figueiredo como factualmente correta.
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Avaliação do Polígrafo:
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