schema:text
| - “Isto é tudo à grande! O Governo efetuou 3282 nomeações, com 2342 para os ministérios e 940 para altos cargos na administração pública.” Começa assim uma publicação inflamada num dos sites portugueses mais ligados à distribuição de desinformação: o Direita Política.
O autor do texto prossegue: “Cada tiro cada Melro. A teia é tão extensa que não é preciso procurar muito, encontramos um boy em cada esquina”, escreve, referindo-se à alegada“sede” de “tachos” manifestada pelo Partido Socialista, recentemente fustigado pelo “Familygate”, em que foram expostas dezenas de ligações familiares entre membros do Governo e de gabinetes governamentais.
Mais: “Qualquer ‘vendedor de enciclopédias’, veste um fato e gravata, arranja um cartão do PS, um recibo de um café e pastel de nata, do bar do IS Técnico e é ministro das obras públicas.” Referindo-se ao Primeiro-Ministro, o texto sublinha que o chefe do Governo “já informou os membros do desgoverno que podem e devem nomear todos os Familiares que quiserem, desde que o façam de forma cruzada ou indireta, uma vez que essa regra vigorou há cerca de quinhentos anos com os Familiares do Santo Ofício (Inquisição)…!”
O texto termina com um apelo ao Executivo: “De que estão à espera estes endogâmicos-atávicos para se demitirem em peso, em forma de demissão de governo completo? Mais vale tarde do que nunca.”
Será mesmo que o Governo nomeou mais de três mil pessoas em cerca de três anos e meio?
A resposta é sim.
Consultando o Diário da República, onde as nomeações têm necessariamente de ser publicadas, o Correio da Manhã (link fechado para assinantes) chegou a essa conclusão.
Das 3.282 nomeações, 2.342 foram para gabinetes ministeriais e 940 para altos cargos da administração pública.
Só o gabinete do Primeiro-Ministro efetuou, até 23 de abril, 101 nomeações. Um número superado pelo Ministério da Saúde (104 nomeações) e pelo da Educação, que sob a batuta de Tiago Brandão Rodrigues totalizou 131 nomeações.
Contas feitas, dá uma média de quase duas pessoas por dia (1,9).
Só o gabinete do Primeiro-Ministro efetuou, até 23 de abril, 101 nomeações. Um número superado pelo Ministério da Saúde (104 nomeações) e pelo da Educação, que sob a batuta de Tiago Brandão Rodrigues totalizou 131 nomeações.
O campeão das nomeações é o Ministério do Ambiente e da Transição Energética, liderado por Matos Fernandes. Ao todo, foram 295 os designados para cargos dependentes de nomeação governamental.
O que aconteceu noutros ministérios:
- Justiça: 75 nomeações
- Administração Interna: 146 nomeações
- Ministério do Mar: 78 nomeações
- Ministério da Agricultura: 81 nomeações
- Ministério da Defesa: 113 nomeações
- Ministério das Infrastruturas e Habitação: 71 nomeações
- Ministério do Planeamento: 25 nomeações
Avaliação do Polígrafo:
|