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| - “Ser polícia deixou de ser aliciante! 793 aprovados para 1.000 vagas – o pior registo de sempre na história do recrutamento para um Curso de Formação de Agentes da Polícia de Segurança Pública”, destaca-se na mensagem da publicação em causa.
“O aliciante desafio de uma missão, do trabalho para o bem comum, surge hoje em dia em contraponto com a desconsideração geral. O heroísmo de ajudar esbarra no escrutínio negativo e ataque cerrado dos vários quadrantes sociais. O polícia deixou de vestir a capa de herói e vive com o alvo do ódio, dos problemas e frustrações bem colado no peito”, acrescenta-se.
Os números indicados na publicação estão corretos?
Ao Polígrafo, fonte oficial do Ministério da Administração Interna sublinha que “o Plano Plurianual de Admissões para as Forças e Serviços de Segurança prevê a admissão de quatro mil efetivos para a PSP até 2023“. Além disso, “caso o número de candidatos seja inferior a mil, será compensado em anos seguintes“. Ou seja, as quatro mil vagas são divididas em mil candidaturas anuais, mas estão previstas compensações (“em anos seguintes”) quando não são totalmente preenchidas em algum dos concursos.
No dia 6 de novembro, a PSP publicou no seu site a lista provisória dos candidatos aprovados no concurso externo de ingresso para admissão ao Curso de Formação de Agentes da PSP aberto pelo aviso n.º 16585/2019, onde se pode confirmar que foram preenchidas apenas 793 vagas.
Contactada pelo Polígrafo, a PSP remeteu explicações para um comunicado sobre o número de candidatos aprovados no curso em causa e sobre a alegada repescagem de elementos inaptos.
“Obviamente que a PSP vê com preocupação o facto de, na sequência do processo de recrutamento e seleção para o 16.º CFA [ndr: Curso de Formação de Agentes], não ter sido possível preencher todas as vagas disponíveis, o que, devido a vários motivos, indicia alguma falta de atratividade da função policial que urge recuperar e que a PSP tudo fará para conseguir”, lê-se no documento enviado à imprensa.
A PSP detalha ainda os motivos que levaram esta força de segurança a propor “um fator de majoração na avaliação das provas físicas” dos candidatos. “O contexto pandémico que vivemos obrigou, durante vários meses, ao confinamento de pessoas e ao encerramento de diversas infraestruturas desportivas, o que dificultou e limitou a preparação física dos candidatos“, explica-se no comunicado. Perante este cenário, “o júri do 16.º CFA deliberou propor a introdução de um fator de majoração na avaliação das provas físicas prestadas por todos os candidatos, antes do início das mesmas, o que foi autorizado/homologado pelo diretor nacional da PSP, na prossecução do manifesto interesse público”.
De resto, a PSP assegura que “além do fator de majoração referido, os critérios de seleção e as provas prestadas pelos candidatos não sofreram qualquer alteração ou beneficiação, relativamente ao regulamento de acesso ao CFA, nomeadamente no referente à designada ‘Prova Cultural'”. Pelo que os candidatos “foram selecionados com todo o rigor e mérito”.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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