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  • Os De La Soul nunca conseguiram entrar na era digital da venda e distribuição de música online. Perderam, claramente, uma era de negócio no mundo da música. Por culpa da fórmula criativa do género musical onde se movem, por falta de entendimento entre editoras e, mais recentemente, por não terem conseguido chegar a uma plataforma de entendimento sobre a divisão futura das receitas do streaming. Mas o que falhou, de forma tão clamorosa, para impedir esta banda irónica do mundo do hip-hop de estar presente no mundo digital? Para percebermos melhor os contornos desta história, vamos começar pelo princípio, pelo ADN do hip-hop. Está inscrito no seu código a utilização de pedaços de músicas ou excertos vocais, extraídos de outros discos, posteriormente descontextualizados e reutilizados na construção de uma nova peça musical. Quer isto dizer que, num mundo – o da música – onde os direitos de autor são um pilar fundamental para assegurar a retribuição do trabalho criativo, aquela fórmula de construção musical fica sempre a dever aos autores dos pedaços que são “emprestados”. Nos primórdios do hip-hop o sampling passava em claro mas, rapidamente, as editoras ficaram mais atentas aos excertos utilizados e passaram a exigir dividendos. Numa primeira fase, os artistas do universo hip-hop foram contornando este impedimento recorrendo a pedaços dificilmente identificáveis e a discos de fundo de catálogo. Mas a técnica acabou por ser regulamentada e as editoras, que queriam ganhar dinheiro a vender discos de hip-hop e rap, tinham que se entender com aquelas que detinham os direitos de autor dos samples utilizados. É este o contexto em que nasce o primeiro álbum dos De La Soul, “3 Feet High and Rising”, editado em 1989. Um marco na história do hip-hop, diferente de tudo o que até então se tinha ouvido neste universo musical, onde se encontram temas como “Me, Myself and I”, “Eye Know” ou “The Magic Number”. Em 2011, sublinha a rádio “NPR“, foi um dos discos eleitos para integrar o arquivo da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos da América – todos os anos são selecionados 25 discos. Otis Redding, Hall and Oates, Sly Stone, Steely Dan, Commodores, Johnny Cash ou James Brown são apenas alguns dos (muitos) nomes que os De La Soul arrastaram para o seu disco de estreia. Tudo dentro da lei? Os discos de vinil vendiam-se, as cassetes e os CDs também… Estava tudo mais ou menos bem, até um certo ponto. Mais precisamente até ao ponto em que entra na equação a distribuição de música através das plataformas digitais online. “3 Feet High and Rising”, assim como outros discos de início de carreira dos De La Soul, estiveram encalhados num inóspito território legal anos a fio, até a editora Tommy Boy conseguir salvaguardar as condições para a sua distribuição online. Tudo resolvido? A Tommy Boy recuperou o controlo de todo o seu catálogo, antes distribuído pela Warner, e tudo indicava que sim. O disco estava, finalmente, pronto para ser lançado online. “As notícias deviam dar origem a festejos: os De La Soul nunca tinham entrado no mundo digital. Desde a chegada da distribuição e download [legais] de música online, os álbuns deles têm estado presos num limbo legal devido a várias razões complicadas: samples alegadamente não autorizados, contratos que não estipulavam que os samples legais podiam ser usados no meio digital”, escreveu a “Rolling Stone” em fevereiro de 2019. Mas se a editora chegou a anunciar a chegada do disco às plataformas de streaming, por que razão ainda não está lá? A culpa é, agora, de uma “guerra caseira”, entre a editora e os De La Soul, com acusações dos dois lados. A Tommy Boy alega que o trio não se quis sentar à mesa das negociações, de acordo com a “Variety”, que cita a editora, num artigo de 28 de fevereiro de 2019. Por isso mesmo, lê-se no mesmo artigo, a editora decidiu adiar a distribuição digital do catálogo dos De La Soul, que esteve agendada para 1 de março do ano passado, celebrando os 30 anos de “3 Feet High and Rising”. O adiamento foi motivado pelo descontentamento do trio sobre a alegada divisão das receitas digitais. Tal foi tornado público na rádio SiriusXM e manifestamente declarado no Instagram: “O dinheiro das vossas compras irá 90% para a Tommy Boy e 10% para os De La. Obrigado!”, escreveram num post de 26 de fevereiro de 2019. De acordo com a “Rolling Stone”, lutam, “desde 2012, pela aquisição dos direitos sobre a sua música com a Warner, sem sucesso. Recentemente, receberam um email do fundador e CEO da Tommy Boy, Tom Silverman. ‘Enviou-nos um email, assim como a todos os outros artistas da Tommy Boy’, explicou [Vincent] Mason [um dos elementos do grupo], ‘a comunicar que tinha readquirido o catálogo. E enviou uma emenda ao contrato onde explicava como seria a partilha de receitas. E não era um acordo favorável’”. As duas partes não conseguiram entender-se e, numa nova publicação no Instagram, de agosto do ano passado, os De La Soul confirmavam o divórcio: “Amigos, depois de 30 anos a lucrar com a nossa música e o nosso árduo trabalho… e 7 longos meses de negociações sem qualquer avanço, anunciamos, com tristeza, que não conseguimos chegar a um entendimento nem conquistar o respeito da Tommy Boy pela nossa música/legado.” Assim começava a mensagem que tinha como título “Há vida para lá da Tommy Boy…”. Nós queremos acreditar que sim e continuamos à espera de poder ouvir algumas das melhores e mais emblemáticas músicas do hip-hop nos nossos serviços de streaming. Avaliação do Polígrafo:
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