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| - “Pessoas tratadas como gado à entrada do pavilhão central do IPO de Lisboa, hoje [dia 21 de outubro]… Chovia a cântaros, as tendas não estão ligadas com a entrada. Os doentes ficam em fila à espera que o déspota do vigilante tire a temperatura com toda a calma”, denuncia-se na mensagem da publicação em causa, datada de 21 de outubro.
“Esta gente está fraca e doente… Parece que vão para o Holocausto. Lá dentro não é melhor, enfim… O povo cala e quando alguém ladra parece o Oliver Twist”, lamenta-se.
Confirma-se que tais imagens de pacientes à chuva enquanto esperam para serem atendidos no IPO de Lisboa são autênticas?
Questionada pelo Polígrafo, fonte oficial do IPO de Lisboa “repudia o teor maledicente do post e informa que as fotografias, tiradas em dia de violenta tempestade, não retratam de todo as condições de acolhimento“.
A mesma fonte sublinha que, devido à pandemia de Covid-19 e para evitar o risco de contágio, o IPO de Lisboa, “à semelhança das outras instituições de saúde, foi obrigado a reduzir a concentração de pessoas no interior dos edifícios, incluindo as salas de espera, para onde os doentes podem entrar apenas 15 minutos antes da hora marcada”.
Esta informação “é enviada por SMS a todos os doentes [conjuntamente com a confirmação dos agendamentos] e também está disponível na página do IPO de Lisboa na Internet”.
Assim, para atender às necessidades de acolhimento dos doentes, o IPO de Lisboa garante ter colocado tendas à entrada de todos os edifícios, “onde os doentes que chegam antes da hora podem aguardar, abrigados do Sol, da chuva e do frio“. A mesma fonte aponta para as condições meteorológicas adversas que se fizeram sentir nos últimos dias, quando “a depressão Bárbara provocou chuva intensa, vento forte e danos vários em Lisboa e outras regiões do país”.
Na resposta ao Polígrafo, o IPO de Lisboa realça também que “implementou e cumpre rigorosas medidas de prevenção e contenção da Covid-19, incluindo a medição da temperatura corporal a quem entra nos edifícios, entre muitas outras”. Essas medidas têm permitido assegurar “a prestação dos cuidados de saúde aos doentes que acompanha, com a qualidade, o acolhimento e o humanismo que caracterizam o instituto e que são reconhecidos pelos doentes e pela sociedade”.
Em suma, as imagens em causa são autênticas e foram realmente captadas no IPO de Lisboa, a 21 de outubro. Carecem, porém, do devido contexto. Tal como o IPO de Lisboa explicou ao Polígrafo, devido às medidas em vigor de prevenção do contágio de Covid-19, os pacientes só podem entrar no interior dos edifícios, incluindo nas salas de espera, 15 minutos antes da hora marcada para as consultas e/ou exames, tendo ao seu dispor “tendas à entrada de todos os edifícios“.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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