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| - “A nossa capital, a mesma que os nossos antepassados defenderam do cerco espanhol para perpetuar a independência, está hoje na posse do inimigo”, lê-se numa imagem partilhada esta segunda-feira, 29 de maio, no Facebook. Em causa o alegado número de imigrantes que habitam Lisboa: “54% de Lisboa não é portuguesa.”
“O inimigo é o polvo liberal-igualitário e os seus tentáculos”, que são, indica-se, “a esquerda anti-multiculturalidade e diversidade, que quer matar os povos do mundo”; “o PS, que diz servir o povo que o elegeu mas humilha os nossos idosos, ignora as nossas jovens famílias e goza com as nossas crianças”; e por fim “os media, que escondem a realidade dos portugueses”.
Será possível que mais de 50% da população lisboeta seja imigrante?
Não. Desde logo, o número total de residentes na cidade de Lisboa era em 2021, segundo o Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo desse ano do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), divulgado em maio de 2022, de 545.923. Deste total de residentes, 108.894 eram estrangeiros, ou seja, apenas 20%.
Ainda segundo este relatório, o distrito (e não a cidade) de Lisboa contava, em 2021, com 294.736 mil estrangeiros de um total de 2.870.591 residentes, ou seja, apenas 10%.
Esta confusão entre distrito e cidade já tinha sido feita por André Ventura, em novembro de 2022, e resultou num artigo do Polígrafo. Já à data, a Câmara Municipal de Lisboa confirmava a troca nos dados divulgados, informando corretamente sobre as proporções entre estrangeiros e portugueses na região, precisamente aquelas que aqui voltámos a partilhar.
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Avaliação do Polígrafo:
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