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  • O que estão compartilhando: que um homem que estava no voo com ministros do governo Lula morreu após uma cápsula de cocaína se romper em seu estômago. Uma legenda sobreposta à imagem diz “vai um pozinho ai ptzada?” (sic). O Estadão Verifica investigou e concluiu que: falta contexto. A postagem se refere à notícia de que um homem faleceu durante um voo da Ethiopian Airlines em razão da rompimento de uma das 96 cápsulas de cocaína que ele carregava no estômago (leia aqui). Quatro ministros estavam no avião. As postagens analisadas omitem que o voo era comercial, e não oficial. O morto não era brasileiro e não possuía relação com o governo federal ou com os ministros. Ao Estadão Verifica, a companhia aérea Ethiopian Airlines informou que, de fato, um de seus passageiros no voo do dia 14 de fevereiro de 2024 na rota comercial diária de Guarulhos, em São Paulo, para Adis Abeba, na Etiópia, veio a óbito. Questionada sobre a data, corrigiu a informação e falou que o óbito foi no dia 15, mesmo dia em que os ministros voaram para o país africano. A companhia completa que os primeiros atendimentos foram prestados a bordo e que o falecido não era brasileiro. Saiba mais: Os ministros citados na matéria são Anielle Franco (Igualdade Racial), Silvio Almeida (Direitos Humanos), Vinicius de Carvalho (Controladoria Geral da União) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social). Os quatro se somaram à comitiva presidencial para a 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, na capital da Etiópia, Adis Abeba, no dia 17 de fevereiro. O ato com a nomeação da comitiva foi publicado posteriormente, em 8 de março, no Diário Oficial da União (clique aqui para consultar). Ao Estadão Verifica, as assessorias de comunicação dos ministérios dos Direitos Humanos, Controladoria Geral da União e Desenvolvimento Social reforçaram que o homem que faleceu no voo não tinha ligação com o governo federal. Já sobre a viagem, os ministros se somaram à comitiva presidencial, que já estava em curso, a partir da Etiópia, no dia 16 fevereiro. “Precisando, portanto, utilizar voo comercial para se deslocar”, completam. A Embaixada do Brasil em Adis Abeba afirma que soube informalmente da morte de um cidadão nigeriano em um voo com autoridades brasileiras, no contexto da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à capital. “Algumas pessoas que estavam a bordo presenciaram o ocorrido e relataram que ele parecia ter sofrido um enfarto fulminante”, informam. No entanto, a Embaixada esclarece que não foi contatada oficialmente pelas autoridades aeroportuárias, uma vez que o passageiro em questão não era brasileiro. Informações do voo O Estadão Verifica solicitou via Lei de Acesso à Informação (LAI) mais detalhes sobre o voo a cada ministério mencionado na reportagem sobre o óbito. Apenas o Ministério da Igualdade Racial respondeu até a atualização deste texto. Foram informados o código identificador do voo (ET 507) e o dia de 15 de fevereiro de 2024 como a data de embarque no aeroporto de origem (Guarulhos, em São Paulo) e desembarque no destino (Aeroporto Internacional Bole, em Adis Abeba). A resposta completa está disponível publicamente neste link. O Estadão Verifica consultou o código identificador no site aberto para monitoramento de voos Flightradar24 (acesse aqui). A busca mostra que o voo faz diariamente a rota de Buenos Aires, na Argentina, até Guarulhos, na grande São Paulo. De lá, parte para Adis Abeba, capital da Etiópia. Em detalhes, foi identificado o trecho de Buenos Aires para São Paulo (aqui) realizado na virada do dia 14 para 15 de fevereiro; e de São Paulo até Adis Abeba (aqui), no dia 15. As datas coincidem com o informado pelos ministérios à reportagem. O Estadão Verifica ainda checou as informações no portal e-Agendas (acesse aqui). O site permite consultar a agenda oficial de autoridades do governo federal. Como lidar com postagens desse tipo: Postagens em redes sociais geralmente possuem espaço limitado e não apresentam todas as informações necessárias para se saber o contexto de um fato. Ao omitir que o voo era comercial, alguns usuários interpretaram que o cidadão transportando a droga tivesse relação com os ministros ou o governo federal. “Então é para isso que as comitivas do Lula são acima de 1000 pessoas, para carregar esse pó branco?”, ironiza um usuário. Outra opina que ”Se fosse avião do (ex-presidente) Bolsonaro, já estava o maior alarde”, referindo-se à notícia de que um militar brasileiro foi preso na Espanha por transportar 39 kg de cocaína em um avião da Força Aérea Brasileira que integrava a comitiva de Bolsonaro, em 2019.
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