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| - “Eles preferem falar sobre a Rússia, Rússia, Rússia e Ucrânia, e falar de uma possível guerra, do que falar sobre a verdade sobre a Ucrânia. A Ucrânia foi o doador número um de Hillary Clinton quando ela se candidatou à presidência”, afirmou Marjorie Taylor Greene a 19 de fevereiro, em declarações disponíveis no site conservador “Right Side Broadcasting Network”, conhecido por transmitir eventos de Donald Trump.
Mas será verdade?
As declarações são falsas. A plataforma de fact-checking PolitiFact contactou Anna Massoglia, editora da OpenSecrets, uma organização não governamental norte-americana que investiga os donativos e verbas utilizadas na política dos EUA. De acordo com a organização, não foram reportadas quaisquer doações na campanha de Hillary Clinton com origem ucraniana ou do governo do país. Aliás, os principais donativos para a campanha de Clinton em 2016 tiveram todas origem nos Estados Unidos.
O PolitiFact entrevistou ainda Rick Hasen, professor de Direito e Ciência Política na Universidade da Califórnia, que garante que a lei proíbe contribuições, doações, desembolsos e despesas com origem estrangeira em qualquer campanha norte-americana. “Essas contribuições são ilegais de acordo com a lei federal”, assegura.
A plataforma de fact-checking contactou ainda o porta-voz da congressista republicana norte-americana Marjorie Taylor Greene, autora das declarações sob análise. Nick Dyer, adianta o PolitiFact, não apresentou quaisquer dados que comprovem as doações ucranianas à campanha de Clinton em 2016.
Em vez disso, o porta-voz citou um artigo de 2015 do “The Wall Street Journal” sobre doações à Fundação Clinton. No entanto, os donativos nessa lista não incluem o governo ucraniano e também são anteriores à corrida à Casa Branca de 2016. O gráfico apresentado pelo jornal apresenta contribuições feitas por doadores estrangeiros à Fundação Clinton, entre 1999 e 2014, e mostra algumas contribuições de origem ucraniana, mas não governamentais, que chegam aos 10 milhões de dólares no total.
Não é a primeira vez que o gráfico do jornal é usado para espalhar desinformação, também aconteceu em 2019 e 2020, mas as plataformas de fact-checking FactCheck.org, Snopes e PolitiFact esclareceram que os dados se referem às doações por nacionalidade e não por governos estrangeiros.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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