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  • A promessa do Primeiro-Ministro foi feita em março durante uma entrevista à “TVI”, já Portugal enfrentava a pandemia de Covid-19. “Fizemos o pagamento de 10 milhões de dólares para a aquisição de 500 ventiladores na China e que chegarão progressivamente até ao dia 14 de abril”, assegurou António Costa, dias depois de o País ter entrado em estado de emergência devido ao novo coronavírus. No entanto, à data prevista, nenhuma máquina tinha aterrado em Portugal, tendo sido apenas a 19 de abril que chegou um avião com 65 ventiladores dos 508 encomendados e outro material médico. “O avião aterrou hoje, mas mantêm-se as dificuldades de entrega em relação aos restantes. Estamos a trabalhar para conseguirmos ter resultados”, assumiu a ministra da Saúde, Marta Temido, na conferência de imprensa desse mesmo dia. No Twitter, um leitor do Polígrafo perguntou se o atraso ainda se mantinha, mais de 170 dias depois da data prometida, e se o Governo já estava “em condições de informar aos portugueses quando chegam os restantes 443”. Mas só chegaram mesmo 65 aparelhos? Verificação de factos. No dia 18 de maio, em entrevista à “TSF”, o Primeiro-Ministro revelou que os ventiladores em falta ainda não tinham chegado, mas que já estavam na embaixada de Portugal em Pequim. “Desde sábado passado, a nossa embaixada em Pequim tem finalmente os famosos 500 ventiladores que tínhamos adquirido. Felizmente que até agora não foram necessários, mas a sua aquisição foi importante, porque temos de reforçar a capacidade do Serviço Nacional de Saúde“, disse Costa. Desse conjunto de aparelhos, 100 chegaram logo na semana a seguir num avião fretado pelo Governo para os trazer. Outros 108 chegaram a 3 de junho e a polémica relativamente ao tema obrigou o Governo a emitir um comunicado onde se afirmava que “não há ventiladores perdidos na China”. Nessa altura, a quantidade de aparelhos adquiridos já tinha mais que duplicado, subindo para 1151. A 6 de junho, o embaixador de Portugal em Pequim falava do fim de um “processo longo e de desgaste” que teve “momentos altos e baixos” com a chegada a Portugal dos últimos ventiladores da China. Questionado pelo Polígrafo a 18 de setembro, o Ministério da Saúde acrescentou ainda mais aparelhos à encomenda, afirmando que tinham sido adquiridos até então “1196 ventiladores (invasivos e não invasivos)” e que 986 já tinham sido entregues a Portugal. No entanto, não esclareceu se estes se encontravam mesmo em Portugal ou na embaixada em Pequim como aconteceu com os outros. Das máquinas entregues, 686 já chegaram aos hospitais nacionais. Deste modo, pode concluir-se que é errado afirmar que Portugal só recebeu 65 dos ventiladores prometidos por António Costa, apesar dos atrasados registados e admitidos pelo Executivo. ____________ Avaliação do Polígrafo:
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