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  • Uma publicação partilhada no Facebook sugere que a refinaria de Sines tem “os depósitos cheios de combustível comprado há uns meses ao preço de 80 e poucos dólares o barril”, dando a entender que o combustível que está a ser “distribuído em Portugal até maio-junho” é o que chegou há vários meses. Mais do que isso, o utilizador refere que “desde fevereiro [que] não entra um petroleiro no porto de Sines”. No post estão em causa várias questões diferentes. Em primeiro lugar, em resposta ao Observador, a Galp explicou que “a Refinaria de Sines compra e recebe, em média, um navio de crude a cada quatro dias para processamento e transformação em produtos finais”. Em causa está um “ciclo contínuo e regular” que é “independente da evolução das cotações internacionais”, sendo que as “cargas de crude são adquiridas com base nas cotações internacionais do momento, tendo como referência o benchmark europeu Brent e as práticas de comércio internacional desta matéria prima”. Como tal, a empresa responsável pela refinaria esclarece que, em março, foram recebidas sete cargas de crude, distribuídas ao longo do mês. Ou seja, ao contrário do que é dito na publicação, não é verdade que o porto de Sines não tenha recebido navios petroleiros desde o mês de janeiro. Já a afirmação de que “o Governo está a vender o combustível como se o tivesse comprado hoje” não é verdadeira porque o Governo não vende combustível e não é o responsável por estabelecer os preços — tem, sim, intervenção sobre a carga fiscal que é aplicada a este tipo de produtos. Neste ponto, a Galp esclareceu que em Portugal, tal como nos restantes países da Europa, “os preços de venda ao público dos combustíveis rodoviários são estabelecidos com base nas cotações internacionais específicas do gasóleo e da gasolina publicadas pela Platts”. Ou seja, a forma como os preços são estabelecidos é “independente de o preço do crude que lhe deu origem ter sido superior ou inferior”, sendo esta uma regra que vale “nos períodos de subida ou de descida”. Assim, não se pode concluir que um barril que foi comprado a 80 dólares está a ser vendido a 130 (cerca de 60% superior) por decisão do Governo. É uma possibilidade, dependendo dos preços do mercado, mas o contrário também pode ocorrer. “A refinaria de Sines aprovisiona-se de crude em contínuo, adquirindo o crude à cotação do momento, e vendendo os produtos finais igualmente com base no seu valor de mercado”, acrescentou a empresa responsável pela refinaria. Conclusão As afirmações escritas na publicação não podem ser consideradas verdadeiras. Primeiramente, a empresa responsável pela refinaria de Sines confirmou que a chegada de navios de crude aconteceu, de forma contínua, durante o mês de março, o que, logo à partida, contraria a ideia de que não chega um navio petroleiro aquele porto desde o mês de fevereiro. Por outro lado, o utilizador do Facebook acusa o Governo de se estar a aproveitar da subida do combustível para ganhar dinheiro, dizendo que “está a vender o combustível como se o tivesse comprado hoje” e dando a entender que, além de estabelecer o preço, está a ser beneficiado pelo facto de o preço estar mais alto. Contudo, não é o Governo que estabelece os preços. De facto, o Estado beneficia com o aumento de preços devido aos impostos sob os combustíveis, mas não por ter a capacidade de vender ao preço que pretende. Aliás, a Galp esclarece que “os preços são estabelecidos com base nas cotações internacionais específicas do gasóleo e da gasolina publicadas pela Platts”. Combustíveis. Ou as previsões do Governo falharam ou a baixa do imposto não chegou ao preço final Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é: ENGANADOR: No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é: PARCIALMENTE FALSO: as alegações dos conteúdos são uma mistura de factos precisos e imprecisos ou a principal alegação é enganadora ou está incompleta. NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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