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| - Uma suposta capa da revista satírica francesa Charlie Hebdo retrata o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como Quasimodo, o protagonista do livro clássico Notre Dame-de Paris, assinado por Vitor Hugo em 1831.
A principal chamada de capa da revista seria uma referência à reabertura da catedral de Notre-Dame, que aconteceu em dezembro, depois de a catedral ter sido alvo de um incêndio e de ter fechado para um período de obras de reconstrução que durou cinco anos.
Ora, na cerimónia de reabertura esteve presente Donald Trump, que escolheu Paris como primeira viagem ainda na qualidade de Presidente-eleito (tomou posse este mês) dos Estados Unidos. A suposta capa da revista retrataria o cumprimento entre Donald Trump e Emmanuel Macron, em frente à catedral, e caricaturaria Zelensky, no papel de Quasimodo.
O problema é que esta capa é falsa. Isto é verificável, desde logo, porque segundo esta imagem a edição data de 9 de dezembro, uma segunda-feira, e a revista só é publicada às quartas-feiras.
Além disso, o número da edição, que consta da capa, é alegadamente o 1690 — só que acontece que a revista número 1690 foi publicada, como é costume, na quarta-feira seguinte (11 de dezembro) e a capa é completamente diferente, retratando os “três Reis Magos” — Bashar al-Assad, Vladimir Putin e o líder supremo do Irão, Khamenei — reunidos em Moscovo. “Fim de ano sangrento”, acrescenta-se na capa.
É possível consultar online o arquivo das capas e edições anteriores da Charlie Hebdo. Em todo o mês de dezembro e já em janeiro não há qualquer capa semelhante à que supostamente mostraria Zelensky no papel de Quasimodo, como se mostra em baixo. O mesmo se verifica nos arquivos de todo o ano de 2024.
Conclusão
A verdadeira capa do número 1690 da Charlie Hebdo, que foi publicado a 11 e não a 9 de dezembro, contém referências aos “três reis Magos” reunidos em Moscovo — Bashar al-Assad, Vladimir Putin e Khamenei — e não a Zelensky. Não se encontra aliás registo de nenhuma capa com uma caricatura de Zelensky no papel de Quasimodo.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:
FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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