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| - Um longo texto atribuído a Adriano Moreira já tinha sido amplamente divulgado no facebook no ano de 2016 e voltou agora em força, com 1700 partilhas registadas por esta rede social nos últimos quatro meses e 42 visualizações desde que existe. No texto repete-se a palavra “vergonha” para classificar situações de privilégio da classe política em Portugal, como por exemplo que “vergonha é um cidadão ter que descontar 40 ou mais anos para receber reforma e aos deputados bastarem somente três ou seis anos conforme o caso e que aos membros do Governo para cobrar a pensão máxima só precisam do juramento de posse”.
Mas o texto não é de Adriano Moreira, tal como sugere a publicação ao colocar o nome do antigo presidente do CDS no final do mesmo quando se apela a que as palavras sejam reenviadas pelos utilizadores da rede social. “Esta deveria ser uma dessas correntes que não deveriam romper-se pois só nós podemos remediar tudo isto. Além disso, será uma vergonha se não reenviarem”, consta na publicação.
Aliás, no mesmo final onde surge a suposta autoria — mal atribuída — aparece uma parte do texto entre aspas: “Não fazemos agravo a ninguém, salvo o escândalo de termos princípios, e História, e coragem, e razão.” É a única frase do texto que pertence, de facto, a Adriano Moreira, mas tirada do contexto original. Faz parte de uma intervenção sua, enquanto ministro do Ultramar, numa sessão do Conselho Legislativo de Moçambique, a 27 de setembro de 1961.
Conclusão
A dissertação viral sobre as condições da atividade política em Portugal não é, ao contrário do que é escrito, de Adriano Moreira. A única frase do texto que lhe pode ser atribuída é a última que, de facto, é a única que aparece devidamente assinalada como pertencente a um outro autor.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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