schema:text
| - O Primeiro-Ministro afirmou ontem que o país vive um momento “muito exigente” devido à situação de guerra na Europa e à elevada inflação, mas garantiu que vai enfrentar as responsabilidades e continuar a entregar “aos portugueses bons resultados”, dentro do contexto possível: “(…) a verdade é que, neste contexto, Portugal o ano passado foi o segundo país da União Europeia que mais cresceu. Tivemos um crescimento que não tínhamos há 30 anos. Os níveis de emprego continuaram em máximos históricos e com uma taxa de desemprego que é menos de metade daquela que existia quando eu assumi funções como primeiro-ministro.”
Os dados quanto ao desenvolvimento económico dos países da União Europeia são confirmados pela Comissão Europeia, que divulgou a 11 de novembro as “Previsões económicas do outono de 2022“, apontando para “um ponto de viragem”. Assim, o crescimento deverá registar uma contração significativa já este ano, a inflação deverá continuar a subir antes de diminuir gradualmente, o mercado de trabalho deverá manter-se resiliente, fruto da maior solidez das últimas décadas, e o baixo crescimento, a inflação elevada e as medidas de apoio relacionadas com a energia deverão pesar sobre os défices.
De acordo com o documento completo, “após uma forte recuperação, a economia portuguesa deve desacelerar substancialmente no curto prazo”. É esperado que o crescimento acelere novamente a partir do próximo Verão e que as finanças públicas melhorem gradualmente ao longo do horizonte de previsão, com o défice do Governo a diminuir para 1,9% do PIB em 2022, 1,1% em 2023 e 0,8% em 2024.
Quanto ao PIB, os últimos indicadores de curto prazo sugerem uma fraca perspectiva de crescimento para o segundo semestre de 2022 e para o primeiro trimestre de 2023. No geral, prevê-se um crescimento anual do PIB de 6,6% em 2022, seguido por uma desaceleração substancial para os 0,7% este ano e 1,7% no próximo ano. “Juntamente com a trajetória projetada nos principais parceiros comerciais, o crescimento deve subir para 1,7% em 2024” em Portugal, acrescenta a Comissão Europeia.
Relativamente aos restantes países, o mesmo documento espera que a Irlanda cresça 7,9% em 2022 e que esse seja o único país da União Europeia a superar Portugal no crescimento económico. Ainda assim, voltamos a reforçar que nenhum destes dados é efetivo e que, até confirmados, não passam de previsões.
O mesmo indicador analisado pelo FMI, por exemplo, coloca Portugal lado a lado com Malta, com um crescimento de 6,2%, inferior ao da Irlanda que se espera que fique nos 9%.
|