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| - “Então temos que os exames nacionais no fim do secundário não incluem a Matemática. Confere. Assim não chumbam 90% dos pessimamente preparados estudantes. Seremos um país de colaboradores de call centers, de recepcionistas, de bagageiros e de criados de mesa”, destaca-se num post no Facebook, datado de 7 de fevereiro.
O Governo anunciou na semana passada o novo modelo para conclusão do ensino secundário, mantendo a realização dos exames nacionais, mas introduzindo algumas alterações. “Os exames nacionais para conclusão do ensino secundário passarão a ter um peso mais baixo, de 25%, na classificação final, num modelo de três exames em que o Português é obrigatório e outros dois exames podem ser escolhidos pelos alunos”, anunciaram os Ministros da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, e da Educação, João Costa, em conferência de imprensa, no dia 6 de fevereiro.
Já no que respeita ao acesso ao ensino superior, segundo anunciou a ministra, na fórmula de cálculo para entrar nas universidades e politécnicos, os exames nacionais que sejam provas de ingresso vão ter um peso mínimo de 45%.
“A cada instituição continuará a caber a decisão sobre o número de exames pedidos para ingresso que, segundo a Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, serão, ‘no mínimo dois'”, destaca-se no comunicado do Governo, onde se assinala que as novas regras serão aplicadas na sua globalidade para os alunos que se candidatem em 2025.
Além disso, as disciplinas trienais, como Português ou Matemática, vão ter uma ponderação superior para a média final do que disciplinas anuais ou bienais. Isso significa que uma disciplina trienal “pondera três vezes, uma bienal pondera duas vezes e uma anual pondera uma vez, introduzindo assim uma maior justiça”, explicou João Costa.
Durante a pandemia, vigorou um modelo em que os exames nacionais só eram realizados por quem pretendia prosseguir estudos, ou seja, nos últimos dois anos, as provas não eram necessárias para a conclusão do ensino obrigatório.
Até 2020 estas provas contavam para a conclusão do ensino secundário e, ao mesmo tempo, entravam para as contas do alunos que concorriam ao Ensino Superior. Os alunos faziam dois exames nacionais no 11.º ano e dois no 12.º ano, independentemente de não utilizarem todos para ingressar no ensino superior.
Assim, a informação apresentada é descontextualizada. Segundo as recentes alterações, um aluno com esta disciplina pode optar por não realizar o exame de Matemática A, por exemplo, se não tiver intenção de a utilizar como prova de ingresso no acesso ao Ensino Superior. Todos os alunos dos Cursos Científico-Humanísticos ficam apenas obrigados a fazer o exame nacional de português, mas tal não quer dizer que o exame de Matemática deixe a lista de exames nacionais do ensino secundário.
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Avaliação do Polígrafo:
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