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  • “Acorda povo! 58.000 hectares já foram em 2022! Tal e qual o xuxalismo, uma casa a arder”, destaca-se no post de 11 de agosto no Facebook, enviado ao Polígrafo com pedido de verificação de factos. Confirma-se que os incêndios rurais ou florestais já consumiram mais de 58 mil hectares em Portugal durante o presente ano de 2022? De acordo com o “3.º Relatório Provisório de Incêndios Rurais – 1 de janeiro a 31 de julho” de 2022 (pode consultar aqui), publicado no dia 1 de agosto pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), “a base de dados nacional de incêndios rurais regista, no período compreendido entre 1 de janeiro e 31 de julho de 2022, um total de 7.517 incêndios rurais que resultaram em 58.354 hectares de área ardida, entre povoamentos (28.897 hectares), matos (23.338 hectares) e agricultura (6.119 hectares)”. “Comparando os valores do ano de 2022 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 6% de incêndios rurais e mais 59% de área ardida relativamente à média anual do período. O ano de 2022 apresenta, até ao dia 31 de julho, o 5.º valor mais elevado em número de incêndios e o 3.º valor mais elevado de área ardida, desde 2012“, reporta o ICNF. “A distribuição do número de incêndios rurais por classe de área ardida evidencia que em 2022 os incêndios com área ardida inferior a 1 hectare são os mais frequentes (82 % do total de incêndios rurais). No que se refere a incêndios de maior dimensão, assinala-se, até à data, a ocorrência de 12 incêndios com área ardida superior ou igual a 1.000 hectares“, informa-se no mesmo relatório. Por outro lado, “do total de 7.517 incêndios rurais verificados no ano de 2022, 5.233 foram investigados e têm o processo de averiguação de causas concluído (70% do número total de incêndios – responsáveis por 40% da área total ardida). Destes, a investigação permitiu a atribuição de uma causa para 3.536 incêndios (68% dos incêndios investigados – responsáveis por 32% da área total ardida)”. “O quadro 3 apresenta a distribuição percentual das causas de incêndio do universo de incêndios investigados para os quais foi possível atribuir uma causa. Até à data, as causas mais frequentes em 2022 são: queimadas de sobrantes florestais ou agrícolas (25%) e Incendiarismo – Imputáveis (18%). Conjuntamente, as várias tipologias de queimas e queimadas representam 54% do total das causas apuradas. Os reacendimentos representam 5% do total das causas apuradas, um valor inferior face à média dos 10 anos anteriores (12%)”, especifica-se. Importa salientar que estes números ainda não incluem a mais recente vaga de incêndios na Serra da Estrela, em agosto, que até à última sexta-feira já tinha consumido mais de 17 mil hectares. É um dos maiores incêndios de sempre em áreas protegidas e mais de 95% da área destruída está dentro do Parque Natural da Serra da Estrela.
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