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| - “73 Patentes (2008 a 2019) (relacionadas com o “novo” velhinho coronavírus). Em 2005 esta fórmula não foi considerada vacina, não podia, mas sim arma biológica”, destaca-se num post de 14 de julho.
Existem fundamentos para a alegação de que a vacina contra a Covid-19 já se encontrava patenteada desde 2008?
Tal como verificado por várias plataformas de verificação de factos, não é verdade que, em primeiro lugar, o novo coronavírus tenha sido identificado anteriormente. Este tipo de teorias confunde as patentes da Severe Acute Respiratory Syndrome (SARS), com as patentes do SARS-CoV-2, vírus responsável pela Covid-19.
A primeira identificação do SARS-CoV-2 ocorreu no final de 2019, na cidade chinesa de Wuhan. Tal como se explica no site oficial do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a Organização Mundial da Saúde (OMS) atribuiu o nome Covid-19 à doença, designação que resulta das palavras: “Corona”, “Vírus” e “Doença” com indicação do ano em que surgiu (2019).
No passado, já tinham sido identificados alguns coronavírus que provocaram surtos e infeções respiratórias graves em humanos: entre 2002 e 2003 foi identificada a SARS e em 2012 a síndrome respiratória do Médio Oriente (infeção provocada pelo coronavírus MERS-CoV). Os nomes similares e o facto de os vários vírus pertencerem à família dos coronavírus pode explicar a confusão e divulgação deste tipo de informação falsa.
Em relação às vacinas contra a Covid-19, neste momento (última atualização a 6 de agosto de 2021), existem 110 vacinas em desenvolvimento clínico e 184 vacinas em desenvolvimento pré-clínico. No dia 21 de dezembro de 2020, a Comissão Europeia autorizou a primeira vacina contra a Covid-19, apenas alguns dias depois da sua aprovação nos EUA. A Comirnaty foi desenvolvida em conjunto pela BioNTech e pela Pfizer e é uma vacina que contém uma molécula denominada RNA mensageiro (mRNA) com instruções para produzir uma proteína do vírus SARS-CoV-2, o vírus que causa a COVID-19.
Apesar de as vacinas mRNA contra a Covid-19 terem sido as primeiras vacinas de tipo mRNA a serem produzidas e aprovadas para administração a humanos, os estudos e desenvolvimento desta tecnologia já tinha decorrido em relação ao vírus da gripe, zika, raiva e citomegalovírus.
Segundo se indica na página do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), “assim que as informações necessárias sobre o vírus que causa COVID-19 estavam disponíveis, os cientistas começaram a projetar as instruções do mRNA para as células construírem a proteína spike única numa vacina de mRNA”.
O interesse por esta tipologia de vacinas fica a dever-se ao facto de poderem ser desenvolvidas em laboratório através de materiais já disponíveis. “O processo pode ser padronizado e ampliado, tornando o desenvolvimento de vacinas mais rápido do que os métodos tradicionais de desenvolvimento de vacinas”, afirma o CDC.
Em suma, conclui-se que a informação prestada na publicação é falsa.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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