schema:text
| - “Autarca do Chega detido por posse de armas ilegais“, destaca-se num post de 6 de maio no Facebook, denunciado como falso ou enganador. Remete depois para uma “nota da PSP” com mais detalhes sobre o motivo da detenção:
“No culminar da detenção e cumprimento dos respectivos mandados, foram apreendidos uma pistola Glock 19, de calibre 9 mm; um revólver Taurus, cal. 357 magnum; 23 munições cal. 9 mm; 54 munições cal. 357 magnum; nove munições cal. 7,65 mm; uma munição calibre .32; 13 munições 7,62 mm; um carregador de pistola cal. 7,65 mm; um bastão extensível; um aerossol de defesa e uma munição de salva de calibre .380.”
De facto, no dia 5 de maio, o Comando Distrital de Setúbal da Polícia de Segurança Pública (PSP) emitiu um comunicado informando que “através da Esquadra de Investigação Criminal, da Divisão Policial de Setúbal, no decorrer de um inquérito em investigação, deu cumprimento a três buscas não domiciliárias. No decurso dessas diligências foi detido um indivíduo de sexo masculino, com 48 anos de idade, por detenção de arma proibida“.
No culminar da detenção e cumprimento dos respectivos mandados”, segundo especificou a PSP, “foram apreendidos os seguintes itens:
– uma pistola Glock 19, cal. 9 mm;
– um revólver Taurus, cal. 357 magnum;
– 23 munições cal. 9 mm;
– 54 munições cal. 357 magnum;
– nove munições cal. 7,65mm;
– uma munição calibre .32;
– 13 munições 7,62 mm;
– um carregador pistola cal. 7,65 mm;
– um bastão extensível;
– um aerossol de defesa;
– uma munição de salva calibre .380”.
O comunicado da PSP não revela a identidade do detido, limitando-se a concluir que “foi notificado para comparecer hoje [dia 5 de maio] no DIAP de Setúbal”. Mas o jornal local “O Setubalense” confirmou nesse mesmo dia que se trata de Cláudio Fonseca, membro da Assembleia de Freguesia de São Sebastião, em Setúbal, eleito pelo partido Chega.
“O autarca do Chega, entretanto libertado, foi notificado para comparecer esta quinta-feira [dia 5 de maio], no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DIAP), e, depois de ouvido, como arguido, saiu com termo de identidade e residência”, informou o referido jornal.
Entretanto, no dia 6 de maio, o próprio Cláudio Fonseca recorreu ao Facebook para apresentar a sua versão do sucedido. “Não fui detido mas sim notificado para ser presente a tribunal, o que fiz e não fui libertado porque nunca estive detido. Tenho licença quer da pistola quer do revólver, estando ambas legais (estou totalmente disponível para mostrar os devidos livretes), tendo isso sido verificado no momento pelas forças de segurança e mesmo assim optaram por apreender as mesmas, talvez por ficarem bem na fotografia. As munições são legais e outras de coleção“, explicou o autarca do Chega.
“O bastão tenho desde os tempos em que dava aulas e o spray estava apenas fora de validade. A notícia teve o objetivo claro de passar uma imagem negativa com contornos políticos, curiosamente num bom momento para desviar atenções do Executivo camarário à perna com acusações bem reais. Informar também que sou guarda prisional e tenho (obviamente) o meu registo criminal limpo. Não vale tudo na política, tinha perfeita noção da perseguição feita ao Chega e ao que vinha mas comigo nada menos do que a verdade”, conclui.
Ao Polígrafo, o comando distrital da PSP de Setúbal contraria a interpretação de Cláudio Fonseca, ao reiterar que o militante do Chega foi efetivamente detido: “Confirmamos o conteúdo da nota de imprensa enviada, onde consta que um indivíduo do sexo masculino, de 48 anos foi detido por posse de arma proibida. A detenção foi em flagrante delito. Após a detenção foi restituído à liberdade (sendo constituído arguido e sujeito a TIR) e notificado para comparecer no DIAP de Setúbal no dia seguinte”.
Nota editorial: este texto foi atualizado às 15h58 do dia 13 de maio, com a inserção de novas informações provenientes do comando distrital da PSP de Setúbal. A avaliação foi alterada de “Verdadeiro, mas…” para “Verdadeiro”
|