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| - Uma publicação no Facebook afirma que o governo de Lula da Silva irá pagar integralmente as deslocações para que vários artistas brasileiros possam comparecer no concerto de Beyoncé, em New Jersey, marcado para o próximo dia 29 de julho. A publicação adianta que, até agora, já foram gastos 20 milhões de reais (cerca de 3,8 milhões de euros). Segundo a partilha, tudo faz parte de uma homenagem ao ator Paulo Gustavo, que morreu o ano passado por complicações devido à Covid-19. O conteúdo é falso.
Tudo parte de uma informação falsa que terá origem na emissora brasileira Jovem Pan. Na publicação, é possível visualizar um excerto de um dos programas de entretenimento do canal onde o apresentador revela “o exclusivo”. O apresentador do Morning Show da Jovem Pan começa por explicar que a Beyoncé fará um concerto no dia 29 de julho, nos Estados Unidos, e que “mais de 3o artistas embarcando para New Jersey para homenagear Paulo Gustavo”, um fã incondicional da cantora americana.
O ator brasileiro, que morreu em 2021, aos 42 anos, vítima de complicações devido à Covid-19, e que dá nome a uma lei do Ministério da Cultura brasileiro que visa cobrir emergências do setor provocadas pela pandemia. Segundo o vídeo da emissora, mais de “20 milhões” já foram gastos em “voos em primeira classe, hospedagem em hotéis de 5 estrelas, alimentação e caché”. A publicação refere ainda que esta quantia está a ser gasta ao abrigo da lei Paulo Gustavo.
Circulam vários vídeos com a história, tanto no Facebook como no Twitter, e a alegação foi repetida em mais do que um programa da emissora. Seja em que publicação e em que momento for, a história — em relação à qual não foram até ao momento apresentados quaisquer provas ou factos verificáveis — é falsa. E foi o próprio governo brasileiro que desmentiu o boato.
“O Ministério da Cultura repudia a mentira divulgada pelo programa “Babado Jovem Pan” de que a pasta estaria investindo R$ 20 milhões para levar 20 artistas para homenagear a Lei Paulo Gustavo no show da Beyoncé em Nova Jersey”, esclarece a nota divulgada pelo Ministério da Cultura.
O ministério avisou ainda que estão a ser tomadas “todas as medidas legais necessárias para a reparação da calúnia”.
No próprio comunicado, o governo ainda esclarece que a lei Paulo Gustavo, que apoia o setor em contexto pandémico, direciona 3,8 mil milhões de reais para os vários estados do país. E que o alegado investimento de 20 milhões na “viagem fictícia dos artistas ao show de Beyoncé, não corresponde com a realidade da pasta”. Ainda em termos comparativos, o governo revela que, ao abrigo da mesma lei, transferiu quantias semelhantes (de 22 e 19 milhões) para o Governo do Acre ou para o Município de Belo Horizonte, respetivamente.
A cantora Beyoncé e o ator Paulo Gustavo tinham uma relação de admiração mútua. O ator e comediante foi a vários concertos da artista, e quando morreu, a própria homenageou “o seu maior fã” através do seu site.
Já por mais do que uma vez o Observador desmentiu boatos divulgados pela emissora Jovem Pan, nomeadamente sobre a atuação do governo de Lula da Silva ou sobre questões relacionadas com a Covid-19.
Conclusão
Uma publicação no Facebook afirma que o governo de Lula da Silva está a gastar mais de 20 milhões de reais para levar 30 artistas brasileiros ao concerto que Beyoncé fará em New Jersey, no dia 29 de julho. O objetivo será homenagear o ator e comediante Paulo Gustavo, que morreu em 2021 e que era um enorme fã da cantora americana.
O boato surgiu através da emissora Jovem Pan, que em mais do que um programa de entretenimento anunciou este “exclusivo”. Segundo o canal, o valor seria gasto pelo Ministério da Cultura ao abrigo da lei Paulo Gustavo, que visa apoiar o setor da cultura em contexto pandémico.
Foi o próprio governo brasileiro que desmentiu o boato numa nota de “repúdio pela mentira” e avisou estar a tomar medidas legais.
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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