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  • Pernas de rã, substâncias que viciam ou ratos. Sobre a comida e os restaurantes de fast food, já se ouviu praticamente tudo. Regra geral, a montanha acaba por parir um rato, que também não vai parar aos hambúrgueres. Ainda assim, desta vez, a polémica é mais grave, mais complexa e põe em xeque uma das maiores cadeias de comida rápida do mundo, o Burger King. Vinte e seis corpos humanos terão sido descobertos no armazém de um dos mais de 15 mil restaurantes da multinacional. O achado macabro terá sido feito algures num país da América do Sul, na sequência de uma inspeção à loja, depois de queixas de empregados e de clientes. Alegadamente, um cheiro insuportável emanava do tal armazém. A revelação, para além de choque, pode causar nojo a quem tome conhecimento dela. A carne para os hambúrgueres estaria a ser guardada no mesmo sítio que os corpos, uma sala refrigerada. A notícia viralizou um pouco por todo o mundo. Em Portugal foi divulgada, por exemplo, por um site chamado “Parece Fácil”. A acompanhar o texto, que já vai com 17 mil “gostos” há duas fotografias: uma da sala onde estão os cadáveres e outra de uma equipa de investigação criminal, aparentemente, à porta do restaurante. A notícia é, na realidade, falsa. As fotografias são verdadeiras. Ainda assim, correspondem a eventos distintos e foram propositadamente associadas para criar a história perfeita para tentar arruinar a reputação da cadeia de fast food. A foto da sala com cadáveres mostra, em bom rigor, uma morgue em Los Angeles que, em 2016, chocou os Estados Unidos. Em vez de 26, eram 180 corpos, bloqueados na medicina legal por não haver funcionários suficientes para gerir o processo de libertação para as famílias. A imagem, que foi verificada pelo site e-farsas, fez parte de uma denúncia, já que os mortos estiveram, em alguns casos, presos na morgue durante seis meses. O episódio polémico, mas verídico, foi noticiado em 2016, por exemplo, pelo jornal LA Times, nos Estados Unidos. Em relação à fotografia da polícia, não é possível determinar a sua origem, mas, com toda a certeza não corresponde a uma perícia feita ao restaurante. Uma pesquisa no Google permite perceber que nunca nenhum escândalo deste género abalou o negócio de hambúrgueres. O boato foi desmentido várias vezes nos anos de 2016 e 2017. Dois anos depois, sem uma explicação aparente, voltou a contaminar as redes sociais, sobretudo, o Facebook. Nota: este artigo foi atualizado às 17h29 de 6 de fevereiro. Retirou-se a imagem que documentava a presença de polícias no local (que não era rigorosa) e acrescentou-se a que neste momento se encontra no seu lugar. A atualização não interfere com a avaliação final. Burger King Avaliação do Polígrafo:
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