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  • Estão a circular no Twitter e Facebook imagens de um mapa de temperatura que mostra zonas da Índia em que, alegadamente, se registaram mais de 60ºC. “Onda de calor faz temperatura chegar a 62º C na Índia e no Paquistão”, alega-se num tweet publicado a 30 de maio. As publicações começaram a circular nas redes sociais desde 29 de abril, altura em que uma onda de calor sem precedentes atingiu a Índia e o Paquistão. O mês de março foi o mais quente na Índia nos últimos 122 anos, ou seja, desde que começaram a realizar-se medições de temperatura. A onda de calor intensificou-se no mês de abril e em maio foram sentidas temperaturas na ordem dos 50 graus Celsius. Temperaturas altas que fazem soar o alarme da relação deste fenómeno com o aquecimento global e as alterações climáticas, mas que, apesar de preocupantes, não alcançaram aos 62ºC mencionados no post em análise. Ora, no mapa partilhado nas redes sociais menciona-se, em inglês, que as temperaturas ilustradas no mapa referem-se à “temperatura da superfície da terra“. E é neste pormenor que reside a descontextualização que está a ser feita nas redes sociais, visto que este não é o parâmetro utilizado como referência nas previsões e registos meteorológicos, mas sim a temperatura do ar. Contactado pelo Polígrafo, Ricardo Deus, responsável da divisão de clima e alterações climáticas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), começa por utilizar uma analogia para distinguir os dois tipos de temperatura. “Quando estamos na praia cheios de calor porque a temperatura do ar está elevada, apetece-nos um gelado. O melhor que temos a fazer é correr para o bar da praia bem rápido, porque a temperatura do chão está muito mais quente que os nossos pés – essa é a temperatura da superfície terrestre”, refere. Segundo o especialista, a temperatura da superfície terrestre “responde rapidamente à radiação solar, o chão arrefece rapidamente quando passa uma nuvem, por exemplo”. Já a temperatura do ar “depende de outros fatores como o vento ou a presença de uma massa de ar mais quente, ou mais fria e, por isso, varia mais devagar”. A temperatura do ar é o parâmetro que, em regra, é utilizado quer em estudos de clima e de alterações climáticas mas também na previsão meteorológica. Segundo convenção internacional, esta é medida a dois metros de altura, através de sensores que deverão estar instalados dentro de abrigos específicos, concebidos para evitar exposição directa à radiação solar e com ventilação natural. Ricardo Deus explica que esta temperatura do ar – aquela que é sentida – “é uma variável meteorológica que combina os efeitos da sensação de frio induzida pelo vento e da sensação de calor induzida pela humidade relativa do ar”. E acrescenta que esta variável é calculada “a partir da temperatura e da humidade relativa do ar a dois metros e da intensidade do vento”. Segundo o especialista, a temperatura da superfície terrestre “responde rapidamente à radiação solar, o chão arrefece rapidamente quando passa uma nuvem, por exemplo”. Já a temperatura do ar “depende de outros fatores como o vento ou a presença de uma massa de ar mais quente, ou mais fria e, por isso, varia mais devagar”. Já em relação ao valor da temperatura da superfície terrestre registado na região da Índia, o responsável do IPMA esclarece que os 62ºC são “bastante elevados”, mas entende que esta gama de valores “são mais ou menos expectáveis em zonas desérticas ao meio dia solar num dia de céu limpo”. Por outro lado, refere que a excecionalidade do evento está relacionada com a extensão da área e a sua duração. “Se atendermos ao caso de estudo da onda de calor da Índia/Middle East (satélite Metop da EUMETSAT), podemos identificar vários dias em abril em que foi excedido o máximo ‘climatológico”‘, aponta. O especialista assinala ainda que já foram registados valores da temperatura da superfície terrestre mais elevados do que este no passado. Foram observados através do satélite Aqua/Modis no deserto do Lut, no Irão, com valores de 70ºC em 2005. Em suma, o mapa de temperatura propagado nas redes sociais está a ser interpretado e partilhado de forma enganadora por parte de alguns utilizadores. Registaram-se mais de 60ºC na Índia, mas este valor corresponde à temperatura da superfície terrestre e não à temperatura do ar, que é utilizada como parâmetro de referência nas previsões meteorológicas e estudos de clima.
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