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| - “Aos 93 anos, o presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, foi nomeado ‘embaixador da boa-vontade’ da Organização Mundial de Saúde (OMS). Uma escolha que motivou críticas um pouco por todo o mundo, nomeadamente de responsáveis de várias organizações de direitos humanos e de líderes da oposição do país africano, que a classificaram como um ‘insulto‘”, salienta-se no texto da publicação em causa.
Verdade ou falsidade?
No dia 21 de outubro de 2017, de facto, foi noticiado que “OMS nomeia Mugabe ‘embaixador da boa-vontade‘ em escolha polémica. Robert Mugabe terá como missão principal promover o combate às doenças não transmissíveis em todo o continente africano, anunciou o diretor-geral da OMS”, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
“A escolha do ditador – que desde 1980 lidera o Zimbabwe e tem sido alvo de inúmeras sanções internacionais por violação dos direitos humanos e por corrupção e fraude – está a ser fortemente contestada”, informou-se na mesma notícia. “Ian Levine, director-executivo para os programas da Human Rights Watch, classificou esta nomeação como ‘embaraçosa‘ para a OMS e o ‘doutor Tedros’. E o responsável da organização UN Watch, Hillel Neuer, criticou igualmente com dureza a escolha do presidente do Zimbabwe para este cargo na OMS. ‘O governo de Robert Mugabe atacou com brutalidade activistas de direitos humanos e dissidentes democráticos’, recordou, citado pela Reuters”.
No dia seguinte, porém, foi noticiado que “Mugabe já não vai ser embaixador da boa vontade da OMS. O director-geral da OMS deu um passo atrás depois das críticas à nomeação do presidente do Zimbabwe como embaixador da boa-vontade da agência das Nações Unidas.
Como relatou na altura o jornal “Público”, o então presidente do Zimbabwe (que viria a falecer em setembro de 2019) “já não vai ser embaixador da boa-vontade da OMS. A nomeação de Mugabe para o cargo foi retirada este domingo, depois de múltiplas críticas. O director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse num comunicado que deu ouvidos às preocupações que foram surgindo. ‘Nos últimos dias, refleti sobre a minha escolha (…). Como resultado decidi revogar o convite‘, explicou o responsável, numa declaração publicada na sua conta de Twitter”.
O título da publicação sob análise pode induzir em erro, ao não indicar que a nomeação não se concretizou. Mas essa informação está plasmada no texto e, de qualquer modo, a nomeação foi mesmo anunciada pelo próprio Ghebreyesus e cancelada no dia seguinte, em reação a uma vaga de críticas.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
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