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| - “António Costa tem de intervir. O Reino Unido bloqueou e congelou os bens do cidadão português, Roman Abramovich. Inacreditável. Não tem acesso às suas contas e, pasme-se, nem autorizam que venda o Chelsea FC, o seu clube de futebol”, lê-se no post de 10 de março no Facebook.
“Que espera o Governo para exigir a restituição dos bens a este imigrante português? Para que serve o Tratado de Amizade Portugal-Inglaterra com mais de 630 anos? Para que servem os nossos submarinos? Para quando uma manifestação em frente da Embaixada inglesa? Há que agir e com urgência”, acrescenta-se, não sem ironia.
Mas colocando de parte a ironia, a principal alegação – sobre o alegado bloqueio e congelamento dos bens de Abramovich no Reino Unido – é verdadeira ou falsa?
O multimilionário e multinacional (russo, israelita, lituano e, mais recentemente, também naturalizado português, como descendente de judeus sefarditas) Roman Abramovich é conhecido sobretudo por duas coisas: o dinheiro (muito) que acumula e o clube de futebol londrino (Chelsea F.C.) de que é proprietário.
De facto, Abramovich foi alvo de sanções pelo Governo do Reino Unido, a par de outros seis oligarcas russos com ligações ao Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin.
Como foi noticiado na imprensa, ministros do Governo britânico acusam Abramovich de ter “conexões claras” com Putin, estando portanto inserido num grupo de empresários que têm “sangue nas mãos”. Detentores de património que chega até aos 15 mil milhões de libras, os sete oligarcas viram os seus bens completamente congelados na passada quinta-feira, 10 de março, tendo sido também proibidos de viajar para a Grã-Bretanha, naquilo que se considera ser uma “medida destinada a aumentar drasticamente a pressão sobre o Kremlin pela invasão à Ucrânia“.
No mesmo dia 10 de março, o primeiro-ministro Boris Johnson declarou que foram confirmadas “evidências claras de que eles estão ligados ao regime de Putin”, justificando assim a aplicação de sanções aos referidos oligarcas russos.
Por sua vez, a secretária de Estado para os Assuntos Externos e a Commonwealth, Liz Struss, assegurou que esses oligarcas não terão lugar “na economia ou sociedade” britânicas. “Com os laços estreitos que mantêm com Putin, eles são cúmplices da sua agressão. O sangue do povo ucraniano está nas suas mãos”, acusou.
Quanto ao Chelsea F.C., está agora na corda bamba, apesar de o Governo britânico – que tomou posse administrativa do clube de futebol – ter adiantado que será emitida uma licença especial para que continue a competir e para que os trabalhadores recebam os salários. Ainda assim, está em causa a transferência de jogadores e a venda de bilhetes e merchandising. Todas estas ações foram proibidas. A operação de venda do clube está suspensa.
“As sanções de hoje são o último passo no apoio incondicional do Reino Unido ao povo ucraniano. Vamos ser implacáveis na perseguição daqueles que permitem a morte de civis, a destruição de hospitais e a ocupação ilegal de aliados soberanos”, garantiu o primeiro-ministro britânico.
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Avaliação do Polígrafo:
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