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  • Movimentos da Terra em relação ao Sol A órbita da Terra sofre alterações que afetam a intensidade da luz solar que atinge a superfície do planeta e que, por isso, influenciam o clima planetário. São mudanças impulsionadas pela variação de diferentes parâmetros orbitais, que tiveram um papel importante nas vindas e idas das eras glaciares – mas são demasiado lentas para provocarem as alterações climáticas das últimas décadas. Os ciclos orbitais – também conhecidos por ciclos de Milankovitch, em homenagem ao astrofísico sérvio Milutin Milankovitch (1879-1958) – são sequências de períodos de milhares de anos: -26 mil anos é o tempo que demora o movimento circular do eixo da Terra, que está inclinado relativamente ao plano orbital (precessão axial). – A inclinação do ângulo entre o eixo de rotação da Terra e o plano orbital varia entre 22,1° e 24,5º em ciclos de 41 mil anos (movimento de inclinação axial ou obliquidade). .- A órbita terrestre, que é elíptica, muda de forma demorando cerca de 100 mil anos a voltar à mesma (excentricidade orbital). Atividade solar O Sol não brilha sempre com a mesma intensidade. Ao longo dos 11 anos de cada ciclo solar, os níveis de radiação aumentam ou diminuem, tal como a quantidade de materiais que o Sol expele para o espaço, e o tamanho e o número de manchas e explosões solares. Essas mudanças têm efeitos na atmosfera e na superfície da Terra. Mas, de acordo com o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), existe atualmente um amplo consenso científico sobre o reduzido papel que esses fenómenos desempenham nas alterações climáticas. Os dados recolhidos por satélite pela NASA, a agência espacial americana, apontam para a mesma conclusão. Num artigo sobre o tema, publicado no site da NASA, é possível ver como a quantidade de energia recebida pela Terra foi evoluindo com pequenos altos e baixos durante os ciclos solares, com oscilações inferiores a 0,1% e sem um aumento líquido desde a década de 1950 – ao passo que a temperatura global tem aumentado de forma acentuada. A contrariar os argumentos dos chamados “negacionistas”, pessoas que rejeitam o consenso científico, o texto da NASA lembra ainda que, se a responsabilidade pelo aquecimento fosse da atividade solar, seria expectável um aumento de temperatura em todas as camadas da atmosfera — o que não se verifica. Já o aquecimento à superfície e arrefecimento na estratosfera a que assistimos é consistente com um aquecimento provocado pelo aumento das emissões de gases de efeito estufa.
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