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| - “Suíça… O primeiro país a considerar banir o uso de veículos elétricos para prevenir o risco de falta de eletricidade… Este é o resultado da política energética suicida que continua a dominar a Europa”, alerta-se num post de 3 de dezembro no Facebook.
Remete para uma suposta notícia do dia anterior com o seguinte título em destaque (tradução livre a partir do original em inglês): “Suíça considera proibição de veículos elétricos para evitar apagões.”
Vários sites informativos destacaram a alegação em causa que, na verdade, tem origem no “Regulamento sobre restrições e proibições de utilização de energia elétrica”, uma proposta emitida pelo Governo da Suíça sobre como lidar com emergências devido a apagões causados pela falta de energia elétrica (pode consultar aqui).
Segundo informa a revista “Forbes“, com base no documento, foram criados quatro níveis de emergência relativos à crise energética. A regra que recomenda a restrição da utilização de veículos elétricos surge apenas no terceiro nível de alerta. Importa também realçar que não estamos perante um documento fechado, mas sim de uma proposta ou rascunho.
Por outro lado, a potencial regra não proíbe por completo a utilização de veículos elétricos. Está redigida da seguinte forma: “A utilização privada de carros elétricos é apenas para utilização absolutamente necessária. As deslocações são permitidas, por exemplo, para a prática profissional, compras, visitas ao médico, visitas de eventos religiosos, comparecimento a audiências judiciais.”
Ou seja, não há uma proibição efetiva da utilização de veículos elétricos, mas apenas da sua utilização para deslocações não essenciais. No documento indica-se que tanto esta como outras medidas seriam apenas aplicadas “no caso de uma crise” e as proibições seriam aplicadas de forma escalonada. “O catálogo de medidas é situacional e depende do contexto concreto“, garante-se.
No mesmo nível da restrição à utilização de veículos elétricos está descrita a “redução do horário de lojas e empresas”, a “redução da utilização de banheiras de hidromassagem e saunas”, assim como a “manutenção dos sistemas de aquecimentos de prédios nos 18 graus, com exceção para as instalações médicas”, entre outras medidas.
Em suma, a publicação em análise apresenta informação baseada num documento que, para já, tem apenas o formato de proposta. Além disso, não é verdade que a Suíça esteja a ponderar banir totalmente a utilização de veículos elétricos. A restrição a ser considerada deixa de fora as deslocações consideradas essenciais, informação que não é referida no post em causa.
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Avaliação do Polígrafo:
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