schema:text
| - “Protesto em Viena contra o lockdown. Aah Europa, exemplo de tudo o que não se deve fazer”, escreve o autor de uma publicação encontrada no Facebook, partilhada a 22 de novembro, dia em que a Áustria entrou em confinamento por duas semanas.
O país anunciou novas medidas mais restritivas a 19 de novembro para conter o aumento de casos de Covid-19. 69% da população tem a vacinação completa e estima-se que 1,4 milhões de pessoas com mais de 14 anos ainda não foram vacinadas.
As medidas geraram descontentamento e protestos contra as restrições para conter a nova vaga, mas será a imagem que ilustra a publicação sob análise atual?
A fotografia tem 30 anos e mostra Moscovo, na Rússia, e não Viena. A 10 de março de 1991, cerca de meio milhão de pessoas manifestou-se na praça Manezhnaya, ao lado do Kremlin, para exigir a saída do então líder soviético Mikhail Gorbachev. Num sinal de apoio a Boris Yeltsin, que tinha sido eleito o primeiro presidente da Federação Russa, a marcha foi uma das maiores da história contemporânea do país.
O Polígrafo encontrou a fotografia na base de dados da Associated Press onde a legenda indica que se tratou da maior demonstração anti-governo em 73 anos na Rússia, desde a subida ao poder dos comunistas. A mesma imagem encontra-se na Getty Images, com um ângulo ligeiramente diferente.
No Facebook, a imagem que tem sido partilhada está cortada num formato retangular e deixa de fora as conhecidas torres do Kremlin. As plataformas de fact-checking da Reuters, Agence France Presse, Full Fact e AAP também classificaram a publicação como falsa.
Entretanto, a Áustria suspendeu, no dia 12 de dezembro, o confinamento geral que vai continuar em vigor para quem não foi vacinado ou não teve a doença. As restrições continuam em vigor para os não vacinados que, a partir de fevereiro de 2022, podem receber multas até 3.600 euros.
__________________________________________
Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
|