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  • A comparação relativamente a 2015 é propositada e remete precisamente para o ano em que António Costa assumiu o cargo de primeiro-ministro pela primeira vez (tomou posse no dia 25 de novembro de 2015). Segundo a publicação em causa, nessa altura contabilizavam-se 760.000 utentes sem médico de família, número que terá aumentado 45% para 1.150.000 em fevereiro de 2022. Daí a conclusão, com ironia: “Obrigado, Costa!” Os números indicados estão corretos? Não. Desde logo porque as contas estão mal feitas. De 760.000 para 1.150.000 utentes sem médico de família representaria um aumento de 51,3%, não de 45%. No portal Transparência do Serviço Nacional de Saúde (SNS) encontramos os números de utentes inscritos em cuidados de saúde primários, com e sem médico de família atribuído, desde janeiro de 2016. Cerca de dois meses após a tomada de posse de Costa registavam-se 750.767 utentes sem médico de família atribuído, num total de 10.235.303 utentes inscritos em cuidados de saúde primários. Ou seja, 7,3% dos utentes inscritos não tinham médico de família. Salto para janeiro de 2022, último mês com dados disponíveis, em que se registou um total de 10.489.424 utentes inscritos, 1.227.749 dos quais sem médico de família atribuído. Ou seja, 11,7% dos utentes inscritos não tinham médico de família. O post sob análise data de 14 de fevereiro de 2022, quando já eram conhecidos os dados relativos a janeiro deste ano. De 750.767 para 1.227.749 utentes sem médico de família representa um aumento de 63,5%, não de 45%. Ora, mesmo tomando como base de comparação os 760.000 indicados no post (remetendo para 2015, sem dados disponíveis no portal Transparência), o aumento seria de 61,9%, não de 45%. Em conclusão, os números estão errados. E mesmo que estivessem corretos, as contas referentes ao aumento percentual entre 2015 e 2022 estão mal feitas. Na realidade, desde janeiro de 2016, o número de utentes sem médico de família aumentou 63,5%. ___________________________________ Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social. Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é: Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos. Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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