schema:text
| - “Quando jogas em casa”, ironiza-se no post de 9 de abril, precisamente o dia em que José Sócrates esteve no Campus de Justiça de Lisboa a assistir à leitura da decisão instrutória da “Operação Marquês” pelo juiz Ivo Rosa.
O antigo primeiro-ministro ficou a saber que vai a julgamento por três crimes de branqueamento de capitais e três crimes de falsificação de documentos, tendo sido despronunciado de 25 outros crimes (nomeadamente fraude fiscal qualificada e corrupção passiva de titular de cargo político) inscritos na acusação do Ministério Público que, entretanto, já anunciou que vai recorrer da decisão instrutória do juiz Ivo Rosa para o Tribunal da Relação de Lisboa.
A imagem é autêntica, a placa foi afixada no Campus de Justiça de Lisboa no dia 22 de julho de 2009, na cerimónia de inauguração que contou com a presença do então primeiro-ministro José Sócrates.
Observando as imagens televisivas registadas na altura pela TVI verifica-se que a placa foi descerrada pelo próprio Sócrates, acompanhado pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça, juiz conselheiro Luís Noronha Nascimento (que se jubilou em 2013), e pelo ministro da Justiça, Alberto Costa, entre outros.
Quem não esteve presente foi um grupo de 16 juízes das Varas Criminais, em protesto contra a falta de condições do novo edifício. “Deixámos um edifício histórico [Tribunal da Boa Hora], com um passado inquestionável, profundamente arreigado na memória para passarmos a ocupar uma parte do edifício A do Campus de Justiça, imóvel sem dignidade para albergar um órgão de soberania“, criticou a juíza Ana Teixeira da Silva, em declarações ao jornal “Público” (edição de 21 de julho de 2009).
“A nova sede do mais importante tribunal da primeira instância de Lisboa é, segundo Ana Teixeira da Silva, ‘improvisada, mal estruturada e disfuncional‘, não tendo ‘sequer a dimensão suficiente para acolher os cidadãos que visa servir’. Esta tomada de posição acabaria por ser apoiada por 16 juízes das Varas Criminais que subscreveram uma breve declaração, justificando por que se não vão ‘associar à cerimónia de inauguração'”, informou o mesmo jornal.
Por outro lado, o jornal “Correio da Manhã” noticiou a 23 de julho de 2009 que “o juiz Carlos Alexandre, que tem em mãos casos quentes, como o ‘Freeport’, foi colocado num gabinete de vidro num rés-do-chão. O ‘Correio da Manhã’ denunciou a situação e o Ministério da Justiça mandou espelhar o gabinete“.
Mais recentemente, a 9 de novembro de 2017, o jornal “Eco” avançou que “o Governo quer tirar os tribunais e serviços centrais de Justiça do Campus de Justiça, em Lisboa, de forma a poupar as rendas anuais de cerca de 12 milhões de euros, e que são pagas desde 2008. Até outubro deste ano, o encargo com as rendas foi de 37 milhões de euros“.
Poucos dias depois, a 13 de novembro de 2017, o jornal “Diário de Notícias” informou que “o inquérito ao contrato de arrendamento do Campus de Justiça, em Lisboa, que se encontra em investigação desde 2011, ‘aguarda o resultado de diligências, nomeadamente de uma perícia’, revelou a Procuradoria-Geral da República (PGR), sem antecipar mais detalhes. Questionado o gabinete de Joana Marques Vidal sobre em que ponto está o inquérito iniciado em 2011 pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa ao contrato de arrendamento do Campus de Justiça – assinado em 2008 pelo Governo de José Sócrates, entre o Estado e o fundo imobiliário proprietário dos edifícios do Parque das Nações, em Lisboa – a PGR admitiu na sua resposta que ‘o inquérito encontra-se em investigação’, a aguardar ‘diligências’. Segundo avançou o ‘Diário de Notícias’ em maio de 2016, podem estar em causa suspeitas de participação económica em negócio“.
Esse processo, contudo, acabou por ser arquivado em outubro de 2018.
__________________________________________
Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
|