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| - “Esta é uma lixeira perto de Paris, França, com centenas de carros movidos a eletricidade. Por favor, note que estes são apenas carros usados pela cidade de Paris e não veículos pessoais. Todos eles têm o mesmo problema: as células de armazenamento da bateria estão com defeito e precisam ser substituídas“, descreve-se no post de 17 de maio que está a circular no Facebook.
“Por que não apenas substituí-los? Duas razões. Primeiro, as baterias custam quase o dobro de um carro novo e, segundo, as baterias não podem ser jogadas fora ou descartadas lá. Então, esses carros elétricos verdes de conto de fadas estão todos num deserto com suas baterias descarragando toxinas no chão“, sublinha-se, terminando com uma pergunta: “Você ainda acha que devemos ser verdes?”
As imagens são autênticas, mas a descrição das mesmas é falsa ou enganadora.
Através de uma pesquisa na aplicação TinEye encontramos a origem das imagens numa reportagem da Franceinfo, datada de 5 de abril de 2021, sobre o “cemitério” de viaturas que faziam parte da frota de uma empresa denominada como Autolib.
O negócio da Autolib baseava-se numa aplicação de partilha de automóveis elétricos, com cerca de 4 mil viaturas disponíveis nas cidades de Paris, Bordéus e Léon. Cada utilizador pagava uma taxa mediante o tempo de utilização do veículo. O objetivo consistia em diminuir o número de automóveis a circular nas referidas cidades francesas.
De acordo com um artigo de verificação de factos da Snopes, publicado a 16 de maio, a empresa debatia-se com um défice de 50 milhões de euros e acabou por cessar a atividade em junho de 2018. A solução para a frota de automóveis elétricos passou pela venda a outras duas empresas que colocaram as viaturas numa área industrial perto de Romorantin-Lanthenay, a cerca de 200 quilómetros de Paris. As imagens mostram precisamente essas viaturas.
No entanto, voltamos a sublinhar, é falso que os automóveis elétricos dessas imagens tenham sido abandonados por causa de defeitos nas baterias. O que aconteceu foi que o modelo de negócio da empresa fracassou. Também não se confirma que as baterias dos automóveis estejam a descarregar “toxinas para o chão”. O gerente de uma das empresas que adquiriu as viaturas, Paul Aouizerate, garante que todas as baterias foram removidas e as ligações isoladas.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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