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| - Um recorte de um jornal francês e uns rabiscos a caneta: a principal conclusão deste “post” divulgado a 26 de abril, no Facebook, é que os “maus alunos passam além dos 100% do PIB” no indicador “dívida pública”. Entre eles, “Grécia, Itália e Portugal”, países que estão numa posição mais vulnerável face ao aumento das taxas de juro que iria progressivamente sobrecarregar as suas dívidas públicas e das famílias”.
Afinal, qual foi, em percentagem do PIB, a dívida pública portuguesa em 2022? E será que ficou assim tão próxima de países como a Itália ou a Grécia, situando-se no terceiro lugar do ranking?
Tal como o Polígrafo já escreveu, a 1 de fevereiro deste ano o Banco de Portugal (BdP) divulgou a nota de informação estatística de dezembro de 2022 referente à dívida pública, apontando para um aumento de 3,3 mil milhões de euros no ano passado, apesar de uma diminuição de 0,7 mil milhões de euros no último mês.
“Em dezembro de 2022, a dívida pública, na ótica de Maastricht, diminuiu 0,7 mil milhões de euros, para 272,6 mil milhões de euros. Esta diminuição refletiu as amortizações líquidas de títulos de dívida (-2,8 mil milhões de euros). Em sentido contrário, verificou-se um aumento das responsabilidades em depósitos (1,8 mil milhões de euros), designadamente devido às emissões de certificados de aforro (1,9 mil milhões de euros)”, informou o BdP, dirigido por Mário Centeno, ex-ministro das Finanças (cargo que exerceu entre novembro de 2015 e junho de 2020).
Por outro lado, segundo a mesma nota de fevereiro do BdP, “a dívida pública totalizava 114,7% do Produto Interno Bruto em 2022, o que representa uma redução de 10,9 pontos percentuais relativamente ao final do ano anterior”.
“Para o cálculo da dívida pública em percentagem do PIB, utiliza-se o valor nominal do PIB divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Caso o valor do PIB nominal para o trimestre mais recente não esteja disponível à data da publicação da informação sobre dívida pública, é feita uma extrapolação com base na seguinte informação divulgada pelo INE: valor nominal do PIB do trimestre homólogo, variação homóloga em volume do trimestre mais recente e variação homóloga do deflator do PIB do trimestre anterior”, explica o BdP.
Neste indicador, há que realçar, a dívida pública tem vindo a baixar ininterruptamente desde o pico de 138,3% no primeiro trimestre de 2021.
“A dívida pública corresponde às responsabilidades financeiras do setor das administrações públicas e é um dos indicadores macroeconómicos mais relevantes utilizado para avaliar a saúde financeira das administrações públicas de um país e, frequentemente, do próprio país como um todo”, explica-se na página do BdP.
Quanto aos restantes países, o que é certo é que, de acordo com o gabinete de estatística europeu, Eurostat, a Grécia tinha, no ano passado, uma dívida pública de 171,3% do seu PIB, ao passo que em Itália este indicador representava 144,4% do PIB. Para Portugal, o valor é próximo do destacado pelo BdP, situando-se nos 113,9%.
Olhando para o ranking, Portugal ocupa mesmo o terceiro lugar, com a também terceira dívida pública mais alta da União Europeia. O país é seguido pela Espanha, França e Bélgica, onde a dívida pública representa, respetivamente, 113,2%, 111,6% e 105,1% do PIB.
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Avaliação do Polígrafo:
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