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  • Até março de 2023, mais de 5,55 biliões de pessoas em todo o mundo receberam pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19. As contas são do projeto “Our World in Data“, da Universidade de Oxfordm e são publicadas pelo New York Times. Feitas as contas de outra maneira, até março de 2023 72,3% da população global tinha sido vacinada com pelo menos uma dose. Mas a pandemia de Covid-19 e os benefícios das vacinas ganharam particular relevância nas discussões das redes sociais, onde até hoje continuam. Neste caso, as publicações que estão a ser partilhadas no Facebook alertam para “humanos ciborgues vacinados” e explicam que, a pretexto da vacinação contra a Covid-19, milhões de pessoas estão “inoculadas com nanotecnologias de rastreamento 5G“. De acordo com a teoria, através da tecnologia 5G milhões de seres humanos têm a sua localização “rastreada”. Os dados são depois “armazenados em servidores em todo o Reino Unido e no resto do mundo.” Importa começar por realçar que não é a primeira vez que publicações nas redes sociais relacionam vacinas à tecnologia 5G. E não é a primeira vez que essas informações são desmentidas, até em Fact Checks do Observador. Fact Check. Movimentos de pessoas vacinadas são controlados numa base de dados secreta? Não há, até ao momento, qualquer evidência científica que aponte no sentido de a tecnologia 5G estar presente nas vacinas contra a Covid-19, principalmente com o objetivo de “rastrear” e “monitorizar” a população vacinada. O Observador consultou a lista de ingredientes de vacinas com a tecnologia mRNA, como as desenvolvidas pela Pfizer-BioNTech, Moderna, Oxford-AstraZeneca e Janssen para combater o SARS-COV-2 contêm “nanopartículas lípidas“, que são utilizadas para transferir o RNA para as células, como mostram vários fact checkers internacionais incluindo a Reuters. Mas tal como não há qualquer evidência científica de que as vacinas contenham 5G, também não há qualquer estudo cientifico que sugira que estas nanopartículas podem ser utilizadas para transferir o 5G para as células. E o que dizem os especialistas? Miguel Castanho é investigador do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de Medicina de Lisboa e, em declarações ao Observador, remata o assunto com uma simples frase: “Relacionar vacinas com tecnologia 5G é do domínio da imaginação e da fantasia.” O especialista acredita que o alegado nas redes sociais é “absurdo” e que “tem tanto sentido como alegar que colocar uma vela num barco o transforma num foguetão.” Conclusão Não é verdade que as campanhas de vacinação em massa, para combater a pandemia de Covid-19, tenham o objetivo secreto de criar “humanos ciborgues vacinados”. Mais de 70% da população global foi vacinada, mas não “inoculada com nanotecnologia de rastreamento 5G“. Além de não haver nenhuma evidência científica, nem de nenhum ingrediente das vacinas de mRNA estar relacionado com a tecnologia 5G, o Observador procurou esclarecimentos junto do investigador Miguel Castanho, que foi claro: “Relacionar vacinas com tecnologia 5G é do domínio da imaginação e da fantasia.” Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é: ERRADO No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é: FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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