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  • O burburinho faz-se notar entre clics nas redes sociais: “A Suécia junta-se ao movimento e reduz o dia de trabalho para 6 horas, sem baixar salários”; “A Suécia fez uma mudança revolucionária no trabalho”; “Dia de trabalho de 6 horas na Suécia”. Seis horas por dia, 30 por semana, menos 10 do que em Portugal, uma notícia animadora tendo em conta que os países nórdicos são tantas vezes utilizados como um exemplo a seguir pelo sul da Europa. O facto é que os comentários e as publicações que se têm visto nas redes sociais acerca do assunto não passam, mesmo, de burburinho. Uma pesquisa rápida na Internet permite confirmar que, segundo a lei sueca, por lá quem se encontra na vida ativa trabalha 40 horas por semana, podendo prolongar o horário, no máximo, até 48 horas. Apesar de falsos, os rumores que circulam na Internet têm um fundo de verdade. A mesma pesquisa no Google que o Polígrafo fez revela que as 30 horas de trabalho por semana, 6 por dia, já foram uma realidade na Suécia, mas apenas na cidade de Gotemburgo, a sudoeste de Estocolmo. Isto mesmo confirmou, também, a câmara municipal da cidade ao site de verificação de notícias Newtral. A experiência começou em 2015 e terminou em 2016, foi levada a cabo num lar de idosos. Na altura, a câmara municipal quis experimentar o dia de trabalho de 6 horas sem reduzir o salário dos trabalhadores para perceber que efeitos teria a medida na produtividade e na vida socio-laboral das pessoas em causa. Segundo Daniel Bernmar, um dos mentores do projeto, os resultados foram positivos: “mais atividades para os idosos e menos baixas por doença”, do lado dos trabalhadores. Porém, o projeto também foi alvo de duras críticas, uma vez que obrigou à contratação de mais 17 enfermeiros e teve um custo de praticamente 1 milhão de euros. Além disso, a Associação Sueca das Autoridades Locais e Regionais estimou que, para o próximo mandato, o défice dentro do setor da saúde será de 6 milhões de euros, razão pela qual a câmara municipal de Gotemburgo também descartou a medida, em declarações ao Newtral: “Tendo isto em conta, não é realista sugerir cortes drásticos nas horas de trabalho, sem baixar os salários.” Está visto que a iniciativa que reduzia em duas horas a jornada diária de trabalho nunca foi uma realidade nacional. Porém, no país escandinavo existem outras experiências destes género, ainda assim, implementadas de formas pontual e localizada. Por exemplo, a fábrica de automóveis da Toyota que, há 13 anos distribui os seus 36 mecânicos por turnos de 6 horas. Contudo, a fábrica só aplicou a medida a alguns dos 112 empregados. Ainda quanto às redes sociais, as publicações e os comentários falsos não passam de uma generalização daquilo que se passou há três anos numa cidade específica. O Eurostat confirma também que a Suécia está dentro da média europeia, no que respeita ao número de horas trabalhadas por semana. Avaliação do Polígrafo:
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