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  • O que estão compartilhando: postagens exibem manchete de notícia de que o estado americano do Kansas acusou a farmacêutica Pfizer de enganar a população sobre a vacina contra a covid-19. Os comentários dos posts chamam a pandemia de “fraudemia” e dizem que riscos como miocardite e aborto foram escondidos da população. O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdade que o estado do Kansas entrou com uma ação contra a Pfizer, mas não há nenhuma comprovação de que a vacina esteja ligada ao aborto. Além disso, casos de miocardite e pericardite pós-vacinação não foram escondidos. Eles constam como efeitos adversos da vacina, embora sejam muito raros. A Anvisa monitora os relatos de reações desde julho de 2021 e recomenda a continuidade da vacinação com doses da Pfizer, uma vez que os benefícios superam muito os riscos. Saiba mais: O conteúdo verificado aqui circula no Instagram e no WhatsApp. Leitores pediram a verificação pelo número (11) 97683-7490. A notícia é que o estado norte-americano do Kansas abriu um processo judicial contra a Pfizer na última segunda-feira, 17. Segundo a petição inicial, publicada pela agência de notícias Reuters, são nove acusações contra a farmacêutica, incluindo ocultação de evidências de que os imunizantes estariam ligados a complicações como aborto espontâneo, miocardite e pericardite. A ação é movida pelo procurador-geral do estado, Kris Kobach, do partido Republicano. A imprensa segue acompanhando o andamento do caso. No Instagram, postagens sobre o assunto reproduzem somente as manchetes das reportagens sobre o caso, sem o contexto devido. O título da reportagem da Reuters sobre a ação é “Kansas acusa Pfizer de enganar o público sobre vacina contra covid-19″. Os posts no Instagram não mostram que a agência de notícias informa o seguinte: “A Administração de Alimentos e Remédios dos EUA (FDA) colocou um alerta sobre miocardite e pericardite no rótulo da vacina em junho de 2021. Os efeitos colaterais são raros e ocorrem com mais frequência em garotos adolescentes e homens jovens. Em 2023, uma análise de 21 estudos dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA concluiu que as vacinas contra covid não estavam relacionadas a abortos.” A reportagem da Reuters foi publicada em veículos como InfoMoney, Uol e Poder360. Discurso antivacina não é baseado em evidências Uma leitura descontextualizada da manchete pode levar à crença de que boatos antigos contra as vacinas da Pfizer eram realidade, e que alertas antivacina “sempre tiveram razão”. Mas nada disso é verdade. Muitos comentários inflamados pela notícia somente repetem o que agências de checagem, órgãos reguladores oficiais e centros de pesquisa desmentem desde o início da pandemia, em 2020. Em relação a casos de miocardite e pericardite, a Pfizer explicou que os diagnósticos após a vacinação contra covid-19 são raros e ocorrem dentro de 14 dias após a vacinação. Além disso, estudos mostram que a probabilidade de uma pessoa sofrer miocardite como resultado de infecção por covid-19 é muito maior do que como evento adverso pós-vacinação. Checagens também esclareceram que não há comprovação de que tenha havido aumento de abortos em gestantes após inicio da campanha de vacinação e que dados foram deturpados para dizer que vacina foi causa de abortos.
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