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| - É falso que o papa Francisco tenha defendido a prática do roubo como uma forma de impedir a avareza dos ricos, como sugerem posts nas redes sociais.
Na realidade, as publicações desinformativas tiram de contexto trechos do discurso do pontífice na Audiência Geral no Vaticano em 24 de janeiro. Francisco também não citou Barrabás nem defendeu a ação de ladrões durante a leitura do texto.
O que diz o post
Postagem que circula no Instagram e no Facebook mostra uma foto do papa Francisco em frente a um microfone. Embaixo da imagem está escrito o seguinte: "papa defenderia Barrabás: em pregação, Francisco defende ladrões e diz que o roubo é bom para lembrar avareza dos ricos".
Na legenda do post, é colocado o texto: "A voz da igreja católica postulação romana".
Por que é falso
Papa Francisco não citou o nome do personagem Barrabás, durante discurso na Praça de São Pedro em 24 de janeiro. Na declaração completa, que pode ser conferida em vídeo (aqui e embaixo) e em texto (aqui), o pontífice faz uma reflexão sobre a avareza, que é o apego excessivo ao dinheiro. No início da leitura do texto, o pontífice afirma que a avareza impede que o homem seja generoso, mas que esse pecado não está restrito às pessoas de grande patrimônio
Francisco não defendeu a prática do roubo para impedir a avareza dos ricos. Na declaração original, o pontífice chamou as ações de ladrões de "censuráveis", mas que elas podem servir de alerta sobre o acúmulo de bens. Como exemplo, o papa cita a história de monges do deserto que, mesmo depois de terem renunciado a heranças, se apegaram a objetos de pequeno valor. Após realizarem uma meditação sobre a morte, os religiosos chegaram à conclusão que os bens que acumulamos neste mundo "não caberão no caixão".
Noutros casos, são os ladrões que nos prestam este serviço. Inclusive nos Evangelhos eles são citados várias vezes e, embora as suas ações sejam censuráveis, podem tornar-se uma admoestação salutar. (....) Ainda nas narrações dos padres do deserto, conta-se a vicissitude de um ladrão que surpreende o monge durante o sono, roubando-lhe os poucos bens que guardava na cela. Quando acorda, sem se perturbar com o que tinha acontecido, o monge põe-se no encalço do ladrão e, quando o encontra, em vez de reclamar os bens roubados, entrega-lhe as poucas coisas que lhe restam, dizendo: "Esqueceste de pegar nisto!" Papa Francisco, em discurso em 24 de janeiro
Papa disse que ricos precisam refletir sobre acúmulo de riquezas. Na fala, Francisco observa que alguns ricos "já não são livres" e "nem sequer têm tempo para descansar" pois devem estar atentos a guarda de suas riquezas.
Viralização. A postagem registra, nesta terça-feira (30), 440 curtidas, 196 comentários e 127 compartilhamentos no Instagram.
O conteúdo também foi checado pelo Aos Fatos.
Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.
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