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| - “Maior inflação dos últimos 30 anos: 9,1%. Maior área ardida Serra da Estrela, igual a 4.000 campos de futebol. Maior mortalidade de sempre: 10.000. Maior número de mortalidade de grávidas“, enumera-se num post de 10 de agosto no Facebook, remetido ao Polígrafo com pedidos de verificação de factos.
No presente artigo focamo-nos exclusivamente no suposto “maior número de mortalidade grávidas”, após já termos verificado a matéria da inflação em artigo anterior.
De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e da Direção-Geral da Saúde (DGS), compilados na Pordata, a taxa de mortalidade materna – i.e., “quantas mulheres morrem devido à gravidez ou após o parto, por cada 100.000 nascimentos” – aumentou substancialmente nos últimos três anos antes da pandemia de Covid-19, para níveis de 12,8%ooo em 2017, 17,2%ooo em 2018 e 10,4%ooo em 2019.
A título de comparação, desde 2000 que a taxa de mortalidade materna não excedia a fasquia de 8%ooo. Em 2017, por exemplo, mais do que duplicou essa marca.
Entretanto, em maio de 2022, o “Jornal de Notícias” informou que, no ano de 2020, a mortalidade materna atingiu mesmo o nível mais alto dos últimos 38 anos.
Segundo o referido jornal, a taxa de mortalidade materna atingiu em 2020 os 20,1 óbitos por 110 mil nascimentos, o nível mais alto dos últimos 38 anos, estando a Direcção-Geral da Saúde a investigar. Dois anos antes, esta taxa já tinha registado um valor que levantou preocupações: de 2017 para 2018 passou de 10,4 para 19,5 mortes por cada 100 mil nascimentos. Perante estes números, a DGS criou uma comissão multidisciplinar para estudar e acompanhar as mortes maternas e a morbilidade materna grave, que inclui peritos de obstetrícia, medicina interna, anestesiologista, entre outros.
O “Jornal de Notícias” revela que foram 17 as mulheres que morreram devido a complicações da gravidez, parto e puerpério, em 2020. Em 2018 também tinham morrido 17 mulheres, mas a taxa foi menos já que nasceram mais bebés. Das mortes maternas registadas em 2020, a DGS especifica que “oito aconteceram durante a gravidez, uma durante o parto e oito no puerpério (até 42 dias após o parto). Quanto ao local do óbito, “13 ocorreram em instituições de saúde”.
De acordo com as séries estatísticas do INE, uma taxa superior de mortalidade materna foi registada em 1982, com 22,5 óbitos por 100 mil nados-vivos.
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Avaliação do Polígrafo:
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