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| - No dia 19 de outubro, o deputado único e líder do Chega, André Ventura, sugeriu nas redes sociais uma suposta “intenção das autoridades portuguesas de lançar o meu nome e o do CHEGA na lama, com provas falsas, com crimes de corrupção e ligações à extrema-direita internacional“. De acordo com Ventura, esta “intenção das autoridades” terá tido origem em “fugas de informação nacionais e internacionais”, mas não apresenta quaisquer fontes.
“Ataque ao Chega e a André Ventura vai acontecer. Informações internacionais revelam que as autoridades portuguesas estão a tentar envolver o Partido e o seu líder em processos judiciais, com base em provas falsas”, pode ler-se numa imagem partilhada pelo deputado.
O Polígrafo contactou fonte oficial do Chega que, em resposta, informa que estas acusações “dizem respeito às denúncias que têm vindo a ser feitas pela jornalista espanhola Cristina Seguí e também a vídeos que têm sido publicados em sites nacionais e estrangeiros que dão seguimento a essa informação divulgada pela referida jornalista, de que estão a ser preparadas operações policiais e judiciais contra o Chega e o seu presidente”.
Cristina Seguí, cofundadora do partido espanhol de extrema-direita Vox, acusou ao longo deste último mês na sua página do Twitter dezenas de personalidades portuguesas (como Paulo Portas, Ana Gomes, Francisco Louçã) de terem recebido dinheiro de um negócio de drogas para elogiarem o regime venezuelano de Nicolas Maduro.
Nessa série de tweets, há uma vaga referência a André Ventura, a propósito de Ana Gomes: “O advogado Carmo Afonso é muito próximo do embaixador de Cuba em Lisboa e da irmã do político conservador Paulo Sacadura Cabral Portas, Catarina Portas, e da deputada do Partido Socialista Português, Ana Gomes, com quem tentou banir o partido de direita português @PartidoCHEGA de André Ventura”.
Mais à frente, Seguí afirma que “o Bloco de Esquerda português e o PODEMOS [partido espanhol de esquerda] estariam a preparar ações violentas contra o partido VOX em Espanha e o Chega, um partido político português de direita em Portugal, com o apoio dos serviços inteligentes de Cuba. Os principais objetivos são @Santi_ABASCAL [presidente da Vox], @AndreCVentura e jornalistas dissidentes do regime imposto pelo foro de São Paulo e a e sua subsidiária em Portugal que é a Casa de América”.
Contudo, são apenas teorias da conspiração. Seguí nunca apresentou provas. Ainda assim, não há dúvidas de que André Ventura esteja ligado à direita internacional. Em julho de 2020, o Chega juntou-se ao grupo Identidade e Democracia, grupo europeu que integra partidos de extrema-direita.
“Nós tínhamos já feito alguns contactos europeus. Tivemos primeiro uma maior aproximação ao grupo onde está o [partido espanhol] Vox, mas o desenvolvimento dos contactos internacionais aproximou-nos mais quer do partido de Matteo Salvini, quer da Frente Nacional francesa”, disse André Ventura na altura.
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Avaliação do Polígrafo:
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