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  • “Figueira da Foz, Aveiro e Lisboa estarão parcialmente submersas já em 2030 segundo a NASA”, escreve-se numa publicação no Facebook, de 12 de agosto. “Na Figueira da Foz, toda a zona da foz do Mondego até Montemor-o-Velho pode ficar submersa. Assustador”, alega o autor da publicação. Na imagem podem ver-se algumas áreas assinaladas a vermelho perto da foz do rio Mondego, no distrito de Coimbra. As zonas assinaladas são as que vão estar submersas de acordo com a publicação. A informação é fiável? Contactado pelo Polígrafo, Carlos Antunes, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), explica ao Polígrafo que “a informação do site Climate Central é verdadeira e baseada nos modelos e cenários considerados pelo respectivos autores”. “Eles consideram diferentes cenários de subida do nível médio do mar, incluindo modelo de subida do nível médio do mar do Kopp et. al (2017), para além dos modelos RCP [Representative Concentration Pathway] do IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas]. Os resultados foram publicados na Nature Communications, afirma o investigador. “A fonte de informação não é da NASA, o modelo digital de terreno original, designado de STRM é da NASA, mas os modelos de inundação são formulados e aplicados pelos autores partindo de modelos globais de subida do nível médio do mar do IPCC e dos autores Kopp et.al (2014 e 2017), tal como referenciado no artigo”, explica. De acordo com Carlos Antunes, o estudo “resulta de uma nova abordagem usando apenas, e somente apenas, um modelo digital de terreno costeiro optimizado a partir de modelos globais de terreno que têm muito erros localmente“. Ainda assim, “os resultados desse estudo são importantes pois, para além de fazer uma avaliação a nível global, vieram atualizar algumas estimativas anteriores sobre a população que iria ser afetada pela subida do nível médio do mar até 2100. Para se analisar o resultado desse estudo tem que se ter cuidado com as opções da ferramenta que eles disponibilizam. E é preciso saber interpretar os resultados“, esclarece. O estudo “resulta de uma nova abordagem usando apenas, e somente apenas, um modelo digital de terreno costeiro optimizado a partir de modelos globais de terreno que têm muito erros localmente”. Ainda assim, “os resultados desse estudo são importantes pois, para além de fazer uma avaliação a nível global, vieram atualizar algumas estimativas anteriores sobre a população que iria ser afetada pela subida do nível médio do mar até 2100”. De forma a perceber que zonas em território português estão mais vulneráveis ao avanço do mar, Carlos Antunes sugere a leitura do estudo “Coastal Vulnerability Assessment Due to Sea Level Rise: The Case Study of the Atlantic Coast of Mainland Portugal“, elaborado pelo próprio, em parceria com Carolina Rocha e Cristina Catita. As zonas mais afetadas “correspondem às zonas baixas e rasas de águas interiores (Ria de Aveiro, Estuário do Tejo, Ria Formosa, e estuários do Sado e do Guadiana)”, explica o investigador que adianta que “o estuário do Mondego é ligeiramente afetado, mas não é comparável às restantes regiões”. Antunes sugere ainda consulta do visualizador do SNM Portugal, elaborado pelos mesmos investigadores. As zonas mais afetadas “correspondem às zonas baixas e rasas de águas interiores (Ria de Aveiro, Estuário do Tejo, Ria Formosa, e estuários do Sado e do Guadiana)”. Assim, as zonas mais afetadas serão a Reserva Natural do Estuário do Tejo, onde se prevê que fique submersa uma área que vai desde Alcochete até à Azambuja, afetando os distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém; no distrito de Aveiro prevê-se que a Reserva Natural das Dunas de São Jacinto desapareça, tal como toda a zona desde o Farol de Aveiro até à praia de Mira, e junto da cidade poderão ficar submersas as zonas de Murtosa, Cacia e partes de Ílhavo; na Figueira da Foz, toda a zona da foz do Mondego até Montemor-o-Velho pode ficar submersa; e ainda a zona de Faro e Olhão, onde se prevê a extinção da praia de Faro e de ilhas como as do Farol, Armona, Fuzeta ou Culatra. Portimão, Lagos, Nazaré e Viana do Castelo também poderão ser afetadas. “Existem muitas incertezas sobre o quanto o nível médio do mar irá subir e sobre o ritmo de subida no presente século. Podemos equacionar o problema sobre qual será a subida até ao final do século e respectiva incerteza (que pode variar de 40 cm a 180 cm) ou podemos equacionar o problema sobre quanto tempo irá demorar até o nível médio do mar subir um metro e respectiva incerteza (que poderá ir de 40 anos até 150 anos). O que se faz é avaliar os cenários mais prováveis, à luz do conhecimento atual, e os cenários mais perigosos”, informa Carlos Antunes. “Existem muitas incertezas sobre o quanto o nível médio do mar irá subir e sobre o ritmo de subida no presente século. (…) O que se faz é avaliar os cenários mais prováveis, à luz do conhecimento atual, e os cenários mais perigosos”. O investigador distingue ainda as definições de subida do nível médio do mar e avanço do mar. “O recuo da linha de costa tem resultado essencialmente da erosão costeira, apenas 5 a 10% terá sido sobre a subida do NMM que já ocorreu desde os finais do século XIX. Mas no futuro, com uma subida mais rápida esse processo será intensificado“, avisa. “Nas águas interiores, rias e estuários, não há o processo de erosão, apenas o da subida do NMM que irá tornar as marés-altas cada vez mais altas começando a inundar as zonas ribeirinhas, como o que já acontece em Veneza e em Miami, mas que aqui em Portugal já acontece em Ferragudo (Portimão), Lagos, Tavira e Olhão. São inundações que se irão tornar cada vez mais frequentes, sem qualquer temporal, e que ocorrem nas marés-vivas equinociais (março-abril e setembro-outubro). O que se está a fazer agora, é atuar apenas nas zonas de praia onde a erosão se faz sentir mais. Contudo, num futuro próximo teremos de fazer também intervenções de proteção e depois começar a relocalização de edifícios e infraestruturas que começarão a ser inundadas com maior frequência”, conclui Carlos Antunes. “Num futuro próximo teremos de fazer também intervenções de proteção e depois começar a relocalização de edifícios e infraestruturas que começarão a ser inundadas com maior frequência”. Em suma, apesar de os modelos globais de terreno poderem ter erros, os resultados do estudo são considerados importantes pelo investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e ressalva que é necessário saber interpretar os resultados. A fonte da informação que é publicada no Facebook não provém da NASA, mas do Climate Central. __________________________________________ Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social. Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é: Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos. Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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