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| - Israel acredita que o Hamas tenha raptado e levado para a Faixa de Gaza mais de 200 pessoas, que mantém como reféns. Cerca de 20 serão crianças. Ora, na rede social Facebook, têm surgido várias publicações, acompanhadas por um vídeo, em que, afirmam os utilizadores, se pode ver um militante do Hamas com uma criança judia raptada. Mas será verdade?
No vídeo em causa, com menos de 30 segundos, pode ver-se um homem jovem a falar com uma criança em plena rua. O homem, que se expressa em árabe, está a agarrar a criança por um dos braços, ao mesmo tempo que fala também com quem se encontra a filmar a interação.
Será esta menina, que não aparenta ter mais de três anos de idade, uma das reféns do Hamas em Gaza? A resposta é não. O vídeo, que entretanto se tornou viral, foi divulgado por uma conta do Tik Tok a 8 de setembro de 2023 (um mês antes do ataque levado a cabo pelo Hamas contra Israel), mas quer o conteúdo quer a própria conta foram, entretanto, apagados. Segundo a publicação, o vídeo foi filmado na cidade palestiniana de Hebron, na Cisjordânia; como se sabe, o Hamas levou todos os reféns para a Faixa de Gaza, o outro território palestiniano.
Para além disso, a criança que surge no vídeo não será judia, mas sim árabe. Segundo a plataforma de verificação de factos em língua árabe Eekad, no final, o homem pergunta-lhe: “Onde está o teu pai?” Em resposta, a criança aponta para alguém que não aparece no vídeo, o que significará que entende a língua.
Conclusão
As imagens são reais mas foram apresentadas de forma descontextualizada. O vídeo foi gravado na Cisjordânia, antes do início do conflito entre o Hamas e Israel. A criança em causa não foi raptada e não se encontra entre os reféns israelitas feitos pelo Hamas depois do ataque de 7 de outubro, que veio reacender o conflito naquela região.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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