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| - “A construção da asneira. Na praia de Quiaios andam a reconstruir um passadiço longitudinal, mas resolveram multiplicar os passadiços sem necessidade. Num espaço de pouco mais de 200 metros, cinco passadiços de acesso à praia, que depois se vão cruzar com o outro longitudinal, com rotundas e cruzamentos, e descer até à praia. Para quê?”, questiona o autor da publicação de 3 de abril, divulgada no Facebook.
“Uma ferida aberta sobre as dunas. Um dispêndio inútil de madeira, a ocupação da duna, um choque visual e paisagístico. A Junta de Freguesia e a Câmara da Figueira da Foz devem estar contentes, o fornecedor da madeira tratada e o construtor da obra também. As ‘autoridades’ autorizaram? Senhores do Ministério do Ambiente e seus serviços, Agência do ambiente, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), onde andam?”.
“Não percebo esta fixação de semear passadiços por tudo o que é praia. Mas um passadiço com uma rotunda, como está a ser erguido em Quiaios, Figueira da Foz, acho que ultrapassa o absurdo”, lê-se numa outra publicação difundida no Facebook, com centenas de likes e partilhas.
Ao Polígrafo, a Junta de Freguesia de Quiaios informa que esta intervenção se insere “na empreitada de ‘Recuperação e Estabilização do Cordão Dunar entre a Praia de Quiaios e Murtinheira’, da responsabilidade da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), e que “prevê a recuperação, reforço e fixação do sistema dunar, através da construção de novos passadiços sobrelevados de acesso à praia”.
“Esta intervenção, a par das iniciativas de investimento privado que têm vindo a complementar a oferta de serviços, vem reforçar a Praia de Quiaios e Murtinheira como um destino turístico de excelência, que alia a aposta na diversificação e qualificação dos equipamentos e infraestruturas de apoio ao turismo com os prementes esforços de mitigação dos efeitos da erosão costeira e de salvaguarda da paisagem natural”, acrescenta o presidente da Junta de Freguesia.
Também a APA, entidade que elaborou o projeto, afirma que, ao contrário do que assumem as publicações (que estão a ser construídos e multiplicados os passadiços neste espaço), “a intervenção mantem genericamente a localização dos passadiços construídos no final da década de 90, princípio de 2000”.
Quanto à realização de estudos ambientais, fonte oficial da APA garante que a “intervenção tem por objeto a recuperação e reforço do cordão dunar, entre a Praia de Quiaios e Murtinheira com uma extensão total de 4250 metros, constituída pela execução de paliçadas e plantação de Ammophila arenaria que contribuem para a fixação das areias na duna e a colocação de passadiços sobrelevados que permitem a circulação de pessoas evitando o impacto do seu pisoteio sobre o sistema dunar”.
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Avaliação do Polígrafo:
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