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  • Uma imagem de um homem de costas com a cara de Vladimir Putin tatuada nas costas começou a circular nas redes sociais, nomeadamente no Facebook. No passado dia 18 de junho, uma dessas imagens surgiu numa publicação com a seguinte legenda: “Inexplicável, mas verdade. Um membro do batalhão Azov, um mês depois de ter estado na prisão em Rostov”. Mais nenhuma informação é dada que permita comprovar a veracidade do que é partilhado. Trata-se de uma publicação falsa. Ora, se a publicação não adianta mais nenhuma informação, quer seja uma notícia que cite o caso do homem tatuado ou mesmo a data, o local e o motivo para a tatuagem, o mais indicado é tentar perceber de onde vem a fotografia. Usando a ferramenta de identificação de imagens Google Images, percebe-se que esta mesma imagem já circula na internet há mais tempo do que a guerra iniciada pelo exército liderado por Vladimir Putin em solo ucraniano. Por exemplo, num artigo datado de 9 de julho de 2019, o site Russia Beyond — site sobre notícias russas que pertence a uma organização não governamental, segundo o próprio site — publicou um artigo sobre pessoas que estavam a fazer tatuagens com a cara do atual presidente russo. Num dos casos enumerados aparece precisamente a fotografia da publicação original. É atribuída a Savely, um fã de tatuagens que mora supostamente em Rostov-on-Don, zona portuária de Rostov. Conta-se no texto que a partir de abril de 2018 começou a pensar em várias ideias para tatuar e decidiu escolher a da cara de Putin. Apesar de confessar que “não gosta de estar envolvido em política”, de não ter qualquer “filiação militar” e de não querer avaliar Putin do ponto de vista de um “legislador ou chefe de Estado”, optou por tatuar esta imagem nas costas. Só que logo noutro site, num artigo datado de 7 de novembro do mesmo ano, surge uma suposta notícia a dar conta de um homem, que morava em Moscovo, que terá tatuado Vladimir Putin nas costas. A imagem usada é, mais uma vez, a mesma da publicação original. Qualquer uma das notícias foi por isso escrita no período anterior ao conflito atual entre a Ucrânia e a Rússia. Depois, em nenhum destes artigos se refere que o homem tatuado pertence, de facto, a um grupo armado, como é o caso do batalhão Azov. Azov. Neonazis ou propaganda russa? A história e a ideologia do batalhão que resistiu em Mariupol Também não é possível identificar, quer em órgãos de comunicação social de Portugal quer dos media estrangeiros, uma história semelhante que conte o que foi partilhado na publicação original. Conclusão Não existem provas suficientes que comprovem que um membro do batalhão Azov, melícia armada ucraniana, tenha tatuado a cara de Vladimir Putin depois de ter estado um mês numa prisão russa. As imagens semelhantes que existem já circulam nas redes sociais — e noutros tantos sites — desde, pelo menos, 2019. Também não é possível identificar nenhuma notícia, fact-check internacional ou publicação oficial de algum responsável, quer do lado russo, quer do lado ucraniano, que comprove a veracidade desta publicação. Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é: ERRADO No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é: FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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