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| - “Nós temos em Portugal 2,3 milhões de portugueses que estão na vida ativa e cujo rendimento mensal não vai além de 1.000 euros. Nós temos em Portugal 86% dos jovens cujo rendimento mensal não vai além de 1.158 euros. Nós temos portanto uma sociedade nivelada por baixo“, declarou Luís Montenegro, esta noite, ao discursar no encerramento da “Festa do Pontal”, no Algarve, que marca a rentrée da atividade política do PSD.
Esta alegação sobre o rendimento mensal dos jovens tem fundamento?
De facto, no estudo “Os jovens em Portugal, hoje: Quem são, que hábitos têm, o que pensam e o que sentem” (pode consultar aqui), coordenado por Laura Sagnier e Alex Morell, e publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), apresentam-se dados que confirmam a percentagem indicada por Montenegro.
O universo do estudo consiste em 2,2 milhões de jovens, entre os 15 e os 34 anos de idade, residentes em Portugal.
No que respeita ao salário líquido mensal, para jovens que trabalham por conta de outrem, 86% inserem-se nos escalões de valores até 1.158 euros. A maior percentagem – 30% – verifica-se no escalão entre 601 e 767 euros.
“Metade dos jovens tem trabalho pago e a outra metade não tem. Entre os que na actualidade não têm trabalho pago, a maioria nunca o teve. Entre os 58% de jovens que já finalizaram os estudos, o mais habitual é terem trabalho pago (68 %) e o menos habitual é nunca terem tido trabalho pago (7%). Entre os 42% de jovens que ainda estão a estudar, o mais habitual é nunca terem tido trabalho pago (56 %) e o menos habitual é não terem agora trabalho pago mas já o terem tido (18%)”, informa-se no referido estudo.
“Entre os jovens com trabalho pago (50 % dos 2,2 milhões de jovens que esta investigação representa), as áreas de trabalho mais habituais são quatro: ‘profissões com formação superior ou autonomia criativa‘ (24%), ‘comércio e vendas’ (19%), ‘funções administrativas, burocráticas e de secretariado’ (17%) e ‘prestação de serviços’ (15 %). Entre estes jovens que têm um trabalho pago, o mais habitual é serem trabalhadores por conta de outrem (86%); destes, em 51% dos casos há um vínculo contratual instável, seja com contrato a ‘termo certo’ ou ‘termo incerto’ ou noutras situações. No que se refere ao valor dos rendimentos, perto de três quartos (72%) auferem rendimentos que não ultrapassam os 950 euros líquidos por mês“, destaca-se.
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Avaliação do Polígrafo:
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