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| - Nas redes sociais, o dedo é apontado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil, responsável, entre outras questões relacionadas com os atos eleitorais, por disponibilizar urnas de voto para que os eleitores que vivem no estrangeiro possam votar. A alegação, que o Observador analisou, é de que em 2022, quando os brasileiros são chamados a eleger um novo Presidente (a segunda volta está marcada para este domingo, 30 de outubro), o número de urnas disponíveis para quem vota no estrangeiro caiu, enquanto que nas prisões do país há mais locais de votos.
Verdade ou mentira? A resposta pode ser encontrada na informação disponibilizada pelo próprio Tribunal Superior Eleitoral. Em 2018, “foram enviadas 744 urnas aos locais de votação no exterior”, lê-se no site. Do total, 680 urnas eram eletrónicas e 64 de lona. O TSE refere ainda que, nessas eleições, o maior número de urnas eletrónicas foi enviado para duas cidades norte-americanas, Boston (46) e Miami (45).
Este ano, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, “foram preparadas e enviadas ao exterior 989 urnas eletrónicas”. A este número somam-se mais 29 urnas de voto de lona, num total de 1.018 urnas de voto, mais 274 do que em 2018. As urnas de lona são normalmente enviadas para locais onde há problemas tecnológicos — seja de eletricidade, seja de internet — que põem em causa o bom funcionamento das urnas eletrónicas. O mesmo se passa com regiões onde existam conflitos armados ou um número muito baixo de eleitores.
Desta vez, a cidade que maior número de urnas eletrónicas recebeu foi Lisboa: 51 equipamentos para 45.273 eleitores.
Em relação às prisões, os internautas partilham um artigo com declarações da Ordem dos Advogados do Brasil, onde estes se mostram preocupados com o voto dos presidiários. No entanto, como a própria Ordem alerta no seu site trata-se de um artigo de março de 2010, publicado na Folha de S. Paulo, e que está a ser “distorcido”. Os números tiram quaisquer dúvidas: em 2018 havia 233 locais de votação em unidades prisionais. Em 2022, 222 secções eleitorais em 151 municípios. A informação, de novo, é do Tribunal Superior Eleitoral.
Conclusão:
Falso. Os números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil mostram exatamente o contrário. O número de urnas de votos no estrangeiro aumentaram de 2018 para 2022, enquanto que nas prisões do país este número diminuiu.
Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:
FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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