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| - “A percentagem de positivos nos testes é praticamente a mesma que a dos óbitos do dia (12,4% nos testes; 12,5% nos óbitos). E não é só hoje, estive a ver desde julho, tem sido sempre assim. Testam os cadáveres todos à procura de positivos. Ainda não tinha reparado bem nisto! Está a tornar-se macabro”, denuncia-se no texto da publicação, datada de 30 de outubro.
Confirma-se que “testam os cadáveres todos à procura de positivos”?
Questionada pelo Polígrafo, a Direção-Geral da Saúde (DGS) esclarece que “em Portugal, não existe testagem à Covid-19 a todos os cadáveres”.
A DGS remete para a norma nº 002/2020 que estabelece os “procedimentos post mortem” relativos à pandemia de Covid-19. De acordo com essa norma, emitida em março de 2020, “devem ser colhidas amostras biológicas post mortem para deteção de SARS-CoV-2 aos indivíduos que em vida apresentavam sintomatologia compatível com Covid-19, mas que faleceram antes da realização do teste laboratorial“.
No caso de um “óbito ocorrido numa instituição residencial”, por exemplo, “não existindo suspeita de infeção, seguem-se os procedimentos habituais“. Ou seja, não são colhidas amostras biológicas post mortem para deteção de SARS-CoV-2.
No caso de um “óbito ocorrido no domicílio”, outro exemplo, “não se tratando de um caso Covid-19 conhecido, o médico a quem está acometida a responsabilidade pelo doente, e que irá emitir o certificado de óbito, deve averiguar se o falecido foi contacto próximo de um caso positivo ou se apresentou sintomas suspeitos de Covid-19 antes da morte”. Sem contactos nem sintomas suspeitos, também neste caso não são colhidas amostras biológicas post mortem.
Em suma, há situações específicas em que são colhidas amostras biológicas post mortem para deteção de SARS-CoV-2, a par de outras situações específicas em que não são colhidas essas amostras biológicas, de acordo com as regras estabelecidas na referida norma da DGS. Não é verdade que “testam os cadáveres todos à procura de positivos”.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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