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| - Há publicações em diversas línguas e com origem em diversos países. Entretanto também já chegaram a Portugal. Difundem a alegação de que os kits de teste de diagnóstico da Covid-19 terão começado a ser vendidos em 2017 e 2018, muito tempo antes do início da pandemia do novo coronavírus.
“Portugal gastou 15 milhões de euros na compra de kits de teste à Covid-19. Em 2018! Quando é que o surto pandémico começou? Esta informação foi retirada do próprio site do Banco Mundial”, destaca-se na mensagem de uma das publicações em língua portuguesa.
Mais, acusa-se o Governo português de ser um “absoluto vassalo de interesses internacionais”, porque “omitiu do povo uma realidade já planeada com, pelo menos, dois anos de antecedência”.
Confirma-se que os testes de diagnóstico da Covid-19 foram comprados em 2017 e 2018?
Na base da alegação está uma página no site do World Integrated Trade Solution (WITS), um software criado pelo Banco Mundial em colaboração com instituições como a Organização Mundial do Comércio (OMC) ou a Divisão de Estatísticas da Organização das Nações Unidas (UNSD). Nessa página indicam-se os valores das transações de “instrumentos e aparelhos para teste de diagnóstico Covid-19” em cada país.
As plataformas de verificação de factos da Associated Press e Maldita.es já sinalizaram tal alegação como sendo falsa ou equivocada. A captura de ecrã é autêntica, mas corresponde a uma primeira versão da página que tinha como título “Covid-19 Test kits (300215) imports by country in 2018” (“Importações de kits de testes Covid-19 por país em 2018″, tradução livre). Entretanto o WITS alterou o título para “Medical Test kits (300215) imports by country in 2018“.
A explicação é simples. O título da primeira versão da página deve-se à modificação da terminologia de produtos que já estavam registados na base de dados. Os dados de 2017 e 2018 incidiam sobre “dispositivos médicos previamente existentes que agora são classificados pela Organização Mundial das Alfândegas como críticos para combater a Covid-19″, esclareceu o Banco Mundial.
Em abril, a OMC e a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizaram a classificação de referência do material médico para a Covid-19, de forma a “permitir aos países rastrear a acelerar as transações de ‘produtos críticos’ relacionados com o novo coronavírus”, destaca-se no artigo da Maldita.es.
Concluindo, trata-se de um equívoco. O material adquirido em 2017 e 2018 ainda não tinha qualquer referência à Covid-19, uma nova doença que apenas surgiu no final de 2019.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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