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| - Após o anúncio do projeto de requalificação da Baixa Lisboeta, têm-se propagado várias publicações nas redes sociais sobre o assunto. Uma delas têm a ver com as visitas mensais aos moradores.
“Será verdade??? Limitar as visitas mensais em casa parece-me tão estranho que gostava que me confirmassem isto!”, escreveu uma internauta no Facebook, anexando uma notícia da revista Sábado.
Confirma-se a informação? Verificação de factos.
Depois da eleição de Lisboa como Capital Verde Europeia em 2020, houve um compromisso por parte da autarquia em reduzir em 60% as emissões poluentes até 2030. A Câmara Municipal de Lisboa anunciou então a criação de uma Zona de Emissões Reduzidas (ZER ABC), que compreende as áreas da Avenida da Liberdade, Baixa e Chiado. Nestas zonas apenas poderão circular veículos autorizados.
Carros sem dístico poderão aceder à zona?
Depende. Se o automóvel cumprir a norma Euro 3 (veículos ligeiros fabricados após janeiro 2000 e pesados posteriores a outubro 2000), pode circular pela ZER entre as 00:00 e as 6:30.
Apenas os veículos elétricos, partilhados e táxis podem circular dentro da ZER sem restrições de horário e sem necessidade de dístico, mas só podem parar em zonas próprias para o efeito. Os veículos das forças e serviços de segurança, de proteção civil e serviços em missão de urgência, veículos funerários em serviço, motociclos, ciclomotores e velocípedes também poderão circular na zona.
Durante o horário do funcionamento da ZER, entre as 6:30 e 00:00, os veículos com mais de 7,5 toneladas estão proibidos, exceptuando os pesados de passageiros autorizados, serviços de higiene urbana e serviços de emergência.
Os parques de estacionamento dos Restauradores, do Martim Moniz, do Campo das Cebolas, do Largo Camões, do Espaço Chiado, do Chão do Loureiro e da Praça D. Luís I continuam a ser opções para quem deseje estacionar, uma vez que se encontram fora da ZER.
Quem terá acesso a estacionamento e ao acesso à ZER?
Os residentes terão direito ao acesso à ZER e ao estacionamento à superfície, tal como veículos de emergência, veículos do SNS (Serviço Nacional de Saúde), IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) e cuidadores de residentes. Podem estacionar na via pública sem qualquer custo.
Pais que desejem deixar os seus filhos nas escolas, táxis, transportes de cargas e descargas, veículos com lugar privativo, motociclos e ciclomotores, turísticos regulares e veículos de mobilidade condicionada poderão pedir o dístico vermelho. Terão acesso à ZER mas o estacionamento só é autorizado em locais específicos.
Podem pedir o dístico azul os proprietários de lugar em garagens, os veículos elétricos, os convidados de residentes (com um limite de 10 convites mensais) e todos aqueles que necessitem de acesso a equipamentos de saúde (doentes que precisem, por exemplo, de fazer tratamentos no Hospital da Ordem Terceira). O estacionamento só é autorizado nas garagens e nos parques.
Os táxis e os TVDE vão poder entrar?
Os táxis podem entrar na ZER visto que são considerados transportes públicos e têm acesso às faixas BUS. Os TVDE só poderão circular na zona se forem elétricos, ou seja, mantém-se a mesma regra dos veículos sem dístico.
Os moradores só podem ter visitas 10 vezes por mês?
Os residentes terão à sua disposição dez convites que, na verdade, correspondem a dez lugares de estacionamento. Ou seja, caso essas visitas optem por levar o automóvel para a ZER, terão lugar garantido (num parque, garagem ou outro local designado para o efeito) desde que se registem numa aplicação a ser desenvolvida posteriormente. Os dez convites, para além das visitas, também se aplicam a serviços de reparações ou entregas.
Os visitantes poderão sempre optar por se deslocar de transportes públicos ou deixar o automóvel nos parques de estacionamento fora da ZER (parques dos Restauradores, Martim Moniz, Campo das Cebolas, Largo Camões, Espaço Chiado, Chão do Loureiro e Praça D. Luís I).
Em suma, e respondendo à questão inicial, é falso que os residentes tenham um limite de visitas em casa. O limite corresponde apenas aos lugares de estacionamento. O artigo da Sábado foi mal interpretado pela utilizadora, uma vez que no corpo do texto se sublinha que “se pretender fazer uma festa em casa terá de limitar o número de convidados ou avisá-los de que terão de se deslocar de transportes públicos.”
Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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