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  • Existem acidentes que mudam completamente a vida das vítimas. E, às vezes, da música rock também. Este é um desses raríssimos casos onde se misturam amputações, talento, engenho, criatividade, superação e muita – muita mesmo – força de vontade. Tommy Iommi, guitarrista dos Black Sabbath, um dos nomes que ajudou a criar o estilo Heavy Metal, perdeu parte dos dedos médio e anelar da mão direita num acidente industrial, quando trabalhava numa fabrica em Birmingham, Inglaterra, onde cresceu. O facto de o acidente ter afetado a mão direita é ainda mais grave, no seu caso, porque é esquerdino. Ou seja, é precisamente a mão que utiliza para pisar as cordas da guitarra – é a mão que tem o trabalho mais minucioso no processo. “Eu trabalhava numa fábrica, como a maioria das pessoas da zona onde vivia. Estava na área da soldadura. Era um bom emprego, para quem gosta de empregos… Estava numa linha, alguém me passava uma peça, eu soldava e passava ao próximo. Um dia a pessoa que costumava passar-me as peças para soldar não foi trabalhar e então puseram-me em frente a uma prensa enorme que vergava o metal. Não sei bem como, aquilo desceu enquanto eu tinha lá a mão e quando puxei a mão para trás a ponta dos dedos ficou lá. Olhei e tinha dois ossos a sair dos dedos.” Relato na primeira pessoa durante uma conversa no Musician’s Institute, em Hollywood, EUA, documentada pela Lowdwire, revista online focada no hard rock e no heavy metal. Aconteceu precisamente no dia em que Iommi tinha decidido deixar o emprego para dedicar a sua vida à música. “Ia, com uma banda, para a Alemanha e tocar pela Europa o que era, para mim, uma oportunidade fantástica”, recorda. Foi a casa almoçar, disse que já não ia regressar à fábrica, mas a mãe convenceu-o a voltar para concluir o dia de trabalho. “Aquilo acabou por acontecer e mudou a minha vida completamente”. No hospital, logo após o acidente, “cortaram-me os ossos e disseram-me que era melhor esquecer a guitarra.” Mas decidiu não aceitar que tinha chegado ao fim a sua carreia de guitarrista – que por escassas horas nem tinha começado a começar. O gerente da fábrica onde o acidente aconteceu ofereceu-lhe um disco e pediu-lhe que o ouvisse. Iommi rejeitou, num primeiro momento, acabando por ceder, reconhecendo, depois, a qualidade da música. “Era um disco de Jango Reinhardt”, o primeiro grande nome do jazz a emergir na Europa e um dos mais talentosos músicos do século XX. Após um acidente, ficou com lesões graves nos dedos anelar e mínimo, usando basicamente os dedos indicador e médio para pressionar as cordas da guitarra. “Ouvir aquele disco só me inspirou ainda mais para ultrapassar o que me tinha acontecido”. Depois de consultar diversos médicos, todos lhe deram a mesma resposta: não é possível voltar a tocar guitarra. Iommi não se resignou e deu asas ao seu espírito criativo. “Peguei numa garrafa de plástico, derreti-a e transformei-a numa bola. Com um ferro de soldar fiz um buraco e encaixei-a no meu dedo. Tinha uma grande bola no dedo.” Passou os dias seguintes a lixar a bola plástica para a aproximar da forma de um dedo. Ao tocar pela primeira vez com aquela prótese improvisada confessa que “doeu um pouco e não conseguia pressionar corretamente as cordas.” A solução estava num velho casaco de cabedal. Cortou um pedaço, colou-o na ponta da prótese e…”funcionou!” Depois seguiu-se treino, muito treino, para conseguir dominar a técnica da guitarra com recurso a dois dedos que não tinham qualquer sensibilidade. Foi toda uma nova aprendizagem. O uso a cordas de guitarra mais leves que as tradicionais – para não esforçar tanto os dedos parcialmente amputados e conseguir tocar com o mínimo de dor – resultou num som característico que acabaria por moldar o ambiente sonoro dos Black Sabbath e, em ultima análise, resultaria num dos pilares fundamentais do heavy metal. Numa entrevista ao canal de música VH1 citada pela revista Rolling Stone, Iommi revela que “perder os dedos foi devastador, mas olhando para trás, permitiu criar algo. Fez-me inventar um novo som e um estilo de tocar guitarra diferente e um estilo musical diferente também. Acabou por transformar uma coisa má numa coisa boa.” Sem aquele infeliz acidente, provavelmente, nunca teríamos tido o privilégio de ouvir Paranoid – tema que também tem uma história peculiar, War Pigs ou Iron Man.
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