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| - O vídeo que mostra um indivíduo a agredir outro foi publicado em vários países e tornou-se viral nas redes sociais, com especial incidência no Facebook. “Presidente da Guiné-Bissau a espancar o ministro da Saúde por desvio de fundos para a luta contra a Covid-19. A ser verdade, só se perderam as que caíram no chão”, indica-se na legenda de uma das publicações em causa.
Confirma-se a autenticidade do vídeo?
A Agence France-Presse (AFP) investigou a origem do vídeo e, através das placas de matrículas visíveis nas imagens, concluiu que a gravação não teve origem na Guiné-Bissau.
De acordo com a jornalista Carol Valade, correspondente da AFP, “as placas [de matrículas na Guiné-Bissau] são vermelhas (as padrão), verdes (as oficiais), pretas (militares) ou azuis (temporárias), brancas e vermelhas (empresas públicas), mas nunca totalmente brancas“, esclareceu, acrescentando que “na Guiné Equatorial, as placas padrão são brancas“.
Os automóveis que aparecem no vídeo têm matrículas totalmente brancas, coincidindo com o modelo padrão utilizado na Guiné Equatorial. Mais, o correspondente da AFP na Guiné Equatorial confirmou que o vídeo foi gravado em Malabo, capital do país. “A cena foi gravada exatamente no pátio da Universidade Nacional da Guiné Equatorial (UNGE), que fica em frente ao Hotel Tropicana, cujo telhado pode ser visto no vídeo”, explicou. Num protesto estudantil filmado em 2015 na UNGE é possível verificar que o cenário é o mesmo.
As pessoas envolvidas também não são o presidente e o ministro da Saúde, nem da Guiné-Bissau nem da Guiné Equatorial. Alguns ex-alunos da UNGE explicaram à AFP que os protagonistas são um estudante de jornalismo e um dos seus professores.
Leopoldo Eneme, ex-aluno, explica que Filiberto Monayong, professor e chefe do departamento de Filologia Hispânica e Ciências da Informação, foi o indivíduo realmente agredido por um estudante que não obteve a nota pretendida depois de ter apresentado a sua tese duas vezes. A agressão terá ocorrido em março de 2016, cerca de quatro anos antes da pandemia de Covid-19.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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