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| - No debate de quarta-feira frente a Rui Tavares, candidato do Livre, André Ventura foi confrontado com a seguinte pergunta: “O Chega apresenta-se nestas legislativas sob o lema ‘Por um novo regime democrático – Deus, Pátria, Família e Trabalho’. Como é que tenciona convencer os portugueses da democraticidade do seu partido quando recupera uma máxima do Estado Novo?”
Ao que o líder do Chega respondeu: “Não sou eu que tenho de convencer os portugueses, as sondagens são claras, estamos nos 10% dos votos e isso significa, acho eu, que não há 10% de fascistas, nem de racistas em Portugal. E, portanto, acho que já ultrapassámos essa questão. O Chega é hoje o partido que segundo todas as sondagens vai ser a terceira força política nacional“.
Verdade ou mentira?
Em dezembro de 2021 foram divulgadas quatro sondagens referentes às próximas eleições legislativas. A mais recente, do ICS e ISCTE, publicada no dia 30 de dezembro, colocava o Chega na terceira posição com 7% das intenções de voto.
No dia 18 de dezembro foi publicada uma sondagem da Aximage, na qual o Chega surgia na quarta posição com 6,2% das intenções de voto, atrás do PS (35,4%), do PSD (33,2%) e do BE (7,3%). Ou seja, fica desde já confirmado que nem “todas as sondagens” indicam que o Chega “vai ser a terceira força nacional”, ao contrário do que garantiu Ventura.
Ainda assim, importa reconhecer que essa tem sido uma tendência recorrente nas últimas sondagens (mas não em “todas”, sublinhe-se novamente). No dia 17 de dezembro foi publicada uma sondagem da Pitagórica que voltava a destacar o Chega na terceira posição, com 6,3% das intenções de voto. Nesse mesmo dia foi publicado um barómetro da Intercampus que também resultava na terceira posição do Chega, com 7,4% das intenções de voto.
Entre setembro e novembro de 2021 encontramos mais exemplos de sondagens em que o Chega é remetido para a quarta posição e até para a quinta posição, embora também se destaque na terceira posição em vários inquéritos.
Quanto à alegação de que “estamos nos 10% dos votos“, também não tem sustentação factual.
No que respeita a eleições legislativas, o ponto máximo do Chega foi alcançado em junho de 2021, com 10,1% das intenções de voto num barómetro da Intercampus. Mais recentemente, em novembro, obteve 10% das intenções de voto numa sondagem do ICS e ISCTE. De resto, sempre abaixo de 10% e com uma média entre 6% a 7% ao longo dos últimos meses.
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Avaliação do Polígrafo:
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