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  • Não é verdade que o advogado Ronaldo Lemos, cientista chefe do ITS (Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro), tenha dito na GloboNews que as urnas eletrônicas brasileiras são fraudáveis, como alegam publicações nas redes sociais (veja aqui). O comentário em questão foi feito em 2017 e não era referente aos modelos em uso no país, mas a equipamentos que foram hackeados durante uma conferência nos EUA. As publicações enganosas reuniam ao menos 1.262 compartilhamentos nesta quarta-feira (14) no Facebook e foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (saiba como funciona). Está confirmado! Todas as urnas eletrônicas, inclusive aquelas utilizadas no Brasil, são fraudáveis. Sim, tudo isso acabou de ser confessado por um especialista de segurança durante uma entrevista ao vivo na GloboNews. Um vídeo que circula nas redes sociais distorce um comentário feito em 2017 na GloboNews pelo advogado Ronaldo Lemos, cientista-chefe da ITS (Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro), para fazer crer que ele teria "revelado" que as urnas eletrônicas brasileiras são fraudáveis. No vídeo, porém, Lemos não fala dos equipamentos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas de modelos usados em testes durante uma conferência mundial de hackers nos EUA naquela época. O comentário foi feito no programa Estúdio I, que, na ocasião, noticiou que urnas testadas na conferência DefCon haviam sido hackeadas em menos de duas horas. Embora afirme no vídeo que um dos equipamentos testados seria do mesmo fabricante de urnas brasileiras, Lemos alerta que não havia certeza se modelos usados pela Justiça Eleitoral haviam sido usados na conferência. Após o comentário dele, o TSE confirmou que não eram as mesmas urnas, pois as atacadas no teste de segurança tinham mecanismos de rede ou portas de depuração na placa mãe, recursos que não são utilizados no Brasil. Em maio de 2021, Lemos publicou um artigo na Folha de S.Paulo sobre o uso do vídeo por políticos para desinformar. No texto, ele ressalta que as urnas testadas não eram as mesmas usadas no Brasil e que, no sistema atual, seria praticamente impossível fraudar os resultados eleitorais por meio da ação de hackers. "Seria necessário atacar fisicamente, uma a uma, centenas de milhares de urnas [para fraudar as eleições]. Cada um desses ataques precisaria ser bem-sucedido. O esforço necessário teria de ser oculto e demandaria uma logística maior do que a própria realização das eleições nacionais", disse Lemos no artigo. O vídeo que distorce o comentário do especialista foi veiculado por Felipe Lintz, que foi candidato à prefeitura de Mogi das Cruzes (SP) pelo PRTB nas eleições de 2020. Contatado por email por Aos Fatos, ele não respondeu.
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