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| - Não é recente nem mostra um programa do governo de Jair Bolsonaro (PL) um vídeo que apresenta lanchas construídas pela Marinha para transporte escolar, como afirmam publicações nas redes sociais (veja aqui). A gravação circula na internet pelo menos desde 2011 e mostra uma ação do programa Caminho da Escola desenvolvida entre 2010 e 2012, quando os presidentes eram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT).
Publicações com o conteúdo enganoso somavam centenas de compartilhamentos nesta quarta-feira (2) no Facebook e também são disseminadas no WhatsApp (Fale com a Fátima).
Publicações que circulam nas redes sociais compartilham um vídeo que mostra a construção de lanchas escolares pela Marinha como se fosse um projeto do governo Jair Bolsonaro. As imagens, no entanto, são de uma reportagem do SBT que está disponível na internet desde outubro de 2011 e que noticia que embarcações para transporte escolar estavam sendo construídas por militares para o programa Caminho da Escola, criado em 2007, durante o governo Lula.
O projeto, que faz parte do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), tem o objetivo de ampliar o acesso e a permanência de alunos na educação básica por meio da oferta de transporte diário. Em outubro de 2009, foi firmado um acordo de cooperação entre o FNDE e a Marinha para a produção de 600 lanchas escolares, que seriam entregues entre 2010 e 2012.
Por mais que Aos Fatos não tenha encontrado a data exata da gravação, a repórter afirma na reportagem que, naquele momento, já haviam sido entregues 100 das 200 lanchas que seriam produzidas pela Base Naval de Natal. O site do projeto Caminho da Escola e o jornal Tribuna do Norte trazem a mesma informação em setembro de 2011, cerca de sete anos antes de Bolsonaro assumir a Presidência. A repórter também fala que a produção começou em 2010 e gerou 50 empregos diretos e 150 indiretos.
Segundo o FNDE, o programa Caminho da Escola entregou 2.105 ônibus escolares em 2021, com investimento total de R$ 479 milhões. Não há, no entanto, informações sobre entregas de lanchas no ano passado.
A Agência Lupa também desmentiu essa peça de desinformação.
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